8.280 pessoas atenderam ao convite do prefeito Jairo Jorge e decidiram manter o ponto facultativo no Carnaval
Este ano, a festa de Momo é sem folia, mas com folga. 8.280 canoenses votaram na enquete do governo e decidiram que o carnaval merece um ponto facultativo. Nesta terça-feira, 9, o prefeito Jairo Jorge (PSD) assina o decreto 'autorizado' por 85,2% dos votantes: segunda e terça que vem, 15 e 16 de fevereiro, não tem expediente nas repartições públicas; comércio e serviços podem optar por folga aos seus funcionários e ônibus circulam com os intervalos de domingo.
LEIA TAMBÉM
CANOAS | Feriado de carnaval traz um ’Você Decide’ à cidade
CANOAS | A conversa entre Jairo Jorge e Eduardo Leite que vale um bilhão
Tem folga, mas não precisa ter aglomeração – nem aqui, nem na casa de parentes, nem nas areias do litoral. Canoas já perdeu 579 vidas para a Covid-19 desde o início da pandemia, em março do ano passado. Os hospitais enfrentam como podem a exaustiva rotina da luta contra um vírus sem cura certa; se pudéssemos dar folga por decreto, a 'ficha 1' seria dos profissionais de saúde na linha de frente. Canoas tem 62,71% de ocupação nas UTI depois do incremento de 10 novos leitos intensivos no Nossa Senhora das Graças, na segunda-feira, 8. 62 pessoas ocupam leitos de enfermaria com diagnóstico positivo para o novo coronavírus.
Com 21.716 casos confirmados, Canoas atinge a marca de quase 2 mil novos casos por mês, em média – 65,8 por dia; 2,74 a cada hora, uma a cada um pouco mais de 20 minutos. E não é só isso: em março e abril, a Secretaria de Saúde do Estado está prevendo o pior período da pandemia – começando a exatamente 15 dias depois do carnaval.
Março e abril vem sendo tomados por cruciais por dois motivos: a medida que a vacinação avança, mais cidades flexibilizam suas regras de distanciamento. E povo, cansado de tanta restrição, afrouxa a precaução. Se tivermos em mente que o pior já passou, temos a tendência a crer que pela frente só vem alegrias – o que, no caso da pandemia, é uma tremenda inverdade.
E uma inverdade está sempre um passo mais perto da mentira. Aqueles que negam a pandemia também já perderam alguém que conheciam, alguém de quem gostavam. Se o preço a pagar é uma vida, o carnaval em casa – de folga ou trabalhando – só pode ser uma bênção.