Crise do coronavírus

CANOAS | Efeito pandemia: Canoas já distribuiu 20 mil cestas básicas – e ainda tem muita gente com fome

Secretaria de Cidadania prevê que os recursos para compra de cestas básicas termine em setembro devido a alta demanda neste período de pandemia. Foto: Divulgação/EComPMC

Governo prevê ampliação do benefício que, nesse ritmo, termina em setembro. App foi desenvolvido para garantir maior controle

A pandemia não provoca seus efeitos apenas na saúde, enlutando famílias, mas é especialmente daninha à renda das pessoas. Quando a economia não anda como deveria e o emprego cai, a renda desce junto; e a preocupação sobre o que por à mesa toma conta de muita gente.

O sintoma direto dessa realidade é que, hoje, há mais gente com fome do que antes. Embora o avanço da vacinação indique que os piores dias da pandemia tenham ficado no passado, ainda vamos levar um tempo até que a roda da economia gire e recupere o nível de renda que tínhamos pré-Covid. Até lá, resiliência: comida virou urgência.

 

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Em Canoas, segundo o secretário de Cidadania, Paulo Bogado, já foram comprados e distribuídos 20 mil cestas básicas em três grandes programas de assistência social do município. Elas são entregues a beneficiários contínuos e eventuais, basicamente. Os contínuos são aqueles inscritos nas políticas permanentes de assistência social, como idosos de baixa renda ou portadores de necessidades que não conseguem trabalhar para garantir o sustento. Os eventuais são, hoje, os 'filhos da pandemia': famílias inteiras que viram rarear o alimento das prateleiras enquanto a Covid-19 dava o seu rolé por estas bandas.

Bogado contou ao blog que a secretária que comanda, em parceria com o CanoasTec, desenvolveu um aplicativo para acompanhamento da distribuição das cestas básicas. "Além do cadastro no CadÚnico, a pessoa é fotografada no momento em que recebe a cesta. E a gente pode consultar depois a qualquer momento. Isso ajuda a identificar se a pessoa que diz que recebeu recebeu mesmo o benefício", resume.

O problema da necessidade aumentada nessa período de pandemia é que o cobertor fica mais curto. Com 20 mil cestas distribuíddas, o recurso da Secretaria de Cidadania para compra de alimentos deve acabar em setembro – três meses antes do previsto no início do ano. "Comida é hoje o principal pedido das pessoas em todas as ações que fizemos", conta Bogado. "É uma nessidade elementar da vida".

Há duas semanas, o governo também ofereceu a 5 mil estudantes cestas com itens básicos de alimentação por um período de quatro meses. O Banco de Alimentos e as ações solidárias também arrecadam comida para entidades e pessoas com necessidades. Mesmo assim, ainda há gente com fome. "E no inverno essa necessidade de caloria aumenta. Nosso objetivo é cuidar das pessoas e vamos seguir trabalhando para isso", adianta Bogado.

Uma ampliação para o programa de cestas básicas do município já está sendo discutido pelo governo.

 

 

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