Sônia da Rosa responde a investigação da Polícia Civil por fraude e associação criminosa em compra de livros para a rede pública de Porto Alegre
Ex-secretária de Educação de Canoas, Sônia da Rosa, foi presa na manhã desta terça-feira, 23, pela operação Capa Dura, da Polícia Civil gaúcha. Ela é investigada pela suspeita de fraude em processos de compra de livros quando comandava a Secretaria de Educação de Porto Alegre. Nada com Canoas, portanto – ou por enquanto.
Além dela, duas servidoras da Prefeitura de Canoas que foram cedidas à capital no período em que Sônia foi secretária por lá, entre março de 2022 e junho de 2023, também estão detidas. O quarto preso é um empresário apontado como participante do suposto esquema. Foi ele quem forneceu os livros sob investigação à prefeitura de Porto Alegre.
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O montante sob investigação é de R$ 34 milhões, mas as compras feitas junto às empresas representadas pelo empresário detido ultrapassam os R$ 43 milhões no período em que Sônia esteve à frente da Educação. As investigações tiveram início a partir e reportagens que indicaram que 544 mil livros estavam estocados em depósitos da secretaria, sem uso.
A partir daí, duas CPIs foram abertas na Câmara de Porto Alegre para apurar as responsabilidades pelo caso e um inquérito restou instaurado pela Polícia Civil.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Sônia recebeu a visita do empresário uma semana antes de dar início ao processo de compra dos livros. O termo de referência para aquisição, que deveria ser o ponto inicial do processo, só foi feito depois que os orçamentos já haviam sido entregues à secretaria. A compra, feita por adesão à uma licitação de outro órgão público, ainda foi sustentada por um orçamento de outra empresa pertencente ao mesmo empresário, o que levanta suspeita de direcionamento.
A prisão de Sônia, de suas ex-assessoras e do empresário são temporárias e expiram em cinco dias.
Consequências são políticas
A prisão da ex-secretária é só um novo capítulo na novela que se constitui no maior desgaste político do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). A cada passo da investigação, mais se descobrem suspeitas sobre o processo e, embora o prefeito não seja alvo da apuração policia, é ele quem paga o preço político do caso – especialmente em um ano de eleição.
As chances da investigação chegar a Canoas são remotas. Não há denúncias ou suspeitas de que o esquema tenha atuado na cidade, mas a Polícia Civil fez, também esta manhã, uma série de buscas e apreensões que podem se desdobrar em novas investigações.
A conferir.
Uma resposta
Ainda se usa livro didático em papel em pleno ano de 2023??? 😱😱😱
As Prefeituras deveriam disponibilizar um aplicativo com o livro didático para os alunos.