Informação vem correndo às redes sociais há uma semana, mas não tem qualquer relação com a verdade. Em Canoas, cerca de 19 mil animais foram resgatados da enchente e cerca de 4,5 mil ainda não foram levados por seus tutores

É falsa a informação de que há planos para prática de eutanásia em animais que não forem buscados por seus tutores em abrigos provisórios tanto em Canoas como no Rio Grande do Sul.
Tanto a Prefeitura de Canoas como o Governo do Estado desmentiram qualquer plano que envolva a medida.
No Brasil, a eutanásia como medida de controle populacional é proibida desde 2021 através da lei federal 14.228. O procedimento ainda pode ser aplicado sob a orientação de um veterinário, mas somente em casos de doenças sem tratamento ou risco alto de sofrimento do animal.
O boato sobre a eutanásia nos abrigos provisórios não teve sua origem confirmada pelo FAROfino, mas foi possível identificar comentários a respeito em respostas à postagens tanto da Prefeitura de Canoas como do Governo do Estado desde a quinta-feira da semana passada, dia 30 de maio.
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O governo gaúcho também publicou um desmentido a respeito. Em 3 de junho, o governador Eduardo Leite postou em suas redes sociais um card afirmando que é falsa a informação sobre a eutanásia em animais nos abrigos e disse que “o governo gaúcho está empenhado no cuidado aos animais abrigados e lançou o Plano Estadual de Ações de Resposta à Fauna, que define atividades, competências e responsabilidades na assistência a animais em situações de calamidade pública”.
O Rio Grando do Suł ainda tem cerca de 20 mil animais em cerca de 400 abrigos a espera de que seus tutores sejam encontrados.
“Em Canoas, foram resgatados cerca de 19 mil animais desde o início da enchente”, conta a secretária de Bem-Estar Animal, Fabiane Tomazi. Segundo ela, cerca de 9 mil precisaram de abrigo e, atualmente, pouco mais de 4,5 mil ainda não tiveram seus tutores localizados. “Além de não praticar a eutanásia e não deixar que a pratiquem, estamos atentos aos cuidados com este animais. Esta semana, todos estão recendo um chip de identificação, tanto os que estão acolhidos no CEBEA quanto na Ulbra ou no Pata Molhada, que é mantido por voluntários e tem cerca de 1,8 mil animais”.
Cris Moraes (PV), presidente da Câmara de Canoas e protetor, lembrou que Canoas chegou a ter quase 300 pessoas dedicadas ao resgate de animais em todos os dias da enchente. “Depois que já haviam sido tiradas as pessoas, os protetores seguiram o trabalho de resgate, todos os dias. Não faz sentido fazer todo este esforço, inédito em tragédias dessa magnitude, para salvar milhares de animais e em seguida admitir que fossem todos exterminados sumariamente”, disse.
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