Ex-secretário de Enfrentamento à Pandemia rompe o silêncio: é candidato, não está estremecido com Jairo Jorge e acredita que o legado dos 15 meses de governo em que estiveram juntos precisa ser defendido nas urnas
Demorou, mas Felipe Martini falou. Em uma longa conversa com o blog no início da noite de quarta-feira, 16, ainda sob o impacto da decisão do ministro Sebastião Reis Júnior que não acolheu o habeas corpus da defesa de Jairo Jorge para que ele retomasse o mandato na prefeitura, Martini abriu as cartas. Deu suas razões para o que o blog chama de ‘sumiço político’, disse que conta com o apoio do prefeito, mesmo que ele siga afastado, e que acredita que não motivos para uma ‘fratura política’ com o grupo interno que parece querer vê-lo longe das urnas.
“Foram muitas realizações em 15 meses de governo. É um legado importante que precisa ser defendido”, comenta.
Ao fim da conversa, Martini vaticina, quase em tom de profecia. “Sei o que me espera numa eleição como essa”.
Em numeradas, o resumo de tudo o que ele disse:
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1. O sumiço
“Não sumi”, começa Martini. “Quando me desincompatibilizei da Prefeitura, voltei às minhas atividades profissionais. Precisei cuidar de coisas que havia deixando em segundo plano há 3, 4 anos. Me dediquei a minha família, meu pai está com 84 anos. Era importante dar atenção a tudo isso antes de me dedicar à eleição.”
E conta que, embora não tenha feito manifestações públicas nesse período, manteve contato com o prefeito Jairo Jorge, afastado do governo, casualmente, no mesmo dia em que Martini deixou a prefeitura. “Não estou no governo e não há problema de nos encontrarmos. Ele está recluso, cumprindo as medidas impostas pelo MP. Não há absolutamente nada, nenhuma necessidade de fratura”, completa.
2. Cobrança de parte do PSD
Falando em fratura, Martini manda recado. “Não sou mais secretário, nem vereador. Não tenho espaço de legitimidade para gravar vídeos como a gente fazia na campanha. É o momento dos nossos vereadores fazerem essa defesa”, aponta.
Ainda no início da semana, parte do PSD engrossou as críticas por não enxergar empenho do ex-secretário na defesa de Jairo Jorge e, por consequência, indicando que não teria apoio interno para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.
4. A opção Jairo Jorge
Martini lembra que, em 2020, levou sua candidatura pelo PSDB o máximo que pode. Antes do período de convenções, já tinha composto a vice com o delegado Emerson Wendt, que foi secretário de Segurança de Canoas até abril deste ano. “Havia a pandemia e toda a dificuldade que se desenhava naquela eleição. Nossa escolha por apoio o Jairo tinha a ver com vencer no primeiro turno, vencer a pandemia e fazer entregas”, resume. “As urnas indicaram que o governo não estava bom e o prefeito perdeu”.
5. O governo
“Nesses 15 meses em que estive no governo, o crescimento da cidade foi a olhos vistos. 200 leitos abertos no HU, passamos de 43 UTI/Covid para 137 no pior momento da pandemia, reabertura de UPAs, Perimetral Oeste que está em obras”, enumera.
“Na intervenção que comandei no HU, contratamos mais de 1000 profissionais. Não faltaram vacinas, fizemos um embate com o Estado porque entendíamos que outras cidades estavam recebendo mais doses do que nós”.
“Não lembro de outro prefeito na história da cidade que tenha feito mais do que Jairo Jorge”.
6. Candidato, sim
Ainda na segunda, Felipe Martini participou de uma reunião com a direção estadual do PSD e confirmou que concorre a deputado estadual em outubro. Na volta a Canoas, gravou vídeo que foi distribuídos em suas redes sociais. “É uma candidatura para construir convergência”, adianta.
Sua dobradinha será com Nereu Crispim, cristão-novo no PSD de Danrlei. “Fiz a opção por quem é da cidade, mas tenho o maior respeito pelo Danrlei”, finaliza Martini.
7. Deputado necessário
Ele lembra de um episódio em que fez falta um político alçado à Assembleia por Canoas. “No episódio das obras da Havan, por exemplo. Foi criada uma comissão para discutir o caso na Assembleia e não tínhamos um deputado de Canoas para levar a nossa posição lá”.
8. O apoio de Jairo Jorge
“O Jairo é fundamental no processo eleitoral de 2022. Confio nele e conto com o apoio dele”, diz Martini. “É o maior político da história de Canoas”.
9. JJ e a injustiça
“É uma agressão o que fizeram com o Jairo e com a 50ª economia do país, a 3ª do Estado. Ele tem o direito de governar e a comunidade de ter o prefeito que elegeu”, avalia.
“Tenho convicção de que, se houve algum erro, não teve dolo”.
Uma resposta
Digo por saber quem é Felipe Martini, homem de enorme respeito a todos, sempre disposto a estar lado de seu povo Canoense e do nosso RS. JJ sabe do quilate do cidadão e político Felipe Martini, pois não está na política por nada para si, mas por uma vontade de estar ao lado de quem quer uma Canoas melhor a todos.