Empresário conta que em sofrendo ameaças após a eleição para o Conselho Tutelar e contra-ataca entrevista de ex-aliado que o acusa de rachadinha
Giovani Rocha, famoso dono do salão de beleza que teve o nome envolvido na polêmica da semana depois da entrevista de um ex-aliado seu à Real News, não vai se esconder. O blog conversou com Giovani na sexta e ele confirmou que fez registros de ocorrência sobre ameaças que vem sofrendo e contra acusações que considera infundadas e retaliações políticas por conta de sua proximidade com o prefeito Jairo Jorge, a primeira-dama Thaís Pena e o círculo político de Canoas
Giovani é cabeleireiro e atende Thaís Pena há muitos anos em seu salão, o que criou um vínculo de amizade entre os dois. Recentemente, quando se casou com o advogado Thiago Costa, Giovani convidou JJ e sua esposa para a cerimônia e ambos compareceram na condição de padrinhos. Thaís era a presidente do Movimento Ação por Canoas, o MACA, em gestões anteriores de JJ na prefeitura, mas o cargo, atualmente, pertence a Giovani. É essa a relação que, segundo o empresário, explica a ânsia de adversários em atacá-lo. “Querem me atingir pela minha proximidade com o Jairo”, comenta.
Conselho Tutelar: o estopim da guerra
A perseguição política, conta ele, aumentou após a arrebatadora votação da candidata Rosane Sabrina, que fez 1547 votos e terminou a corrida para o Conselho Tutelar na primeira colocação, no primeiro domingo de outubro e que contou com seu apoio e empenho A candidatura dela, porém, está sub judice depois de uma denúncia do Ministério Público sobre supostas irregularidades na campanha – uma delas, inclusive, envolvendo o MACA.
Há uma denúncia de que ela teria se utilizado da estrutura da entidade para angariar votos, o que não é permitido uma vez que o MACA recebe recursos públicos dos cofres da prefeitura. “Boa oportunidade para esclarecer sobre isso”, adianta Giovani. “Sou presidente do MACA desde 2021. Só em setembro deste ano fomos beneficiados com recursos da prefeitura”. Segundo ele, o valor é de aproximadamente R$ 2,5 mil. “Utilizamos para uma ação com idosos”, revela.
Não é, nem de longe, a ‘dinheirama’ que alguns afirmam pingar nos cofres do MACA. “A maioria das festas infantis, das atividades e das ações que fizemos são custeadas por recursos nossos. Não é dinheiro público”, resume Giovani.
De qualquer forma e especialmente após a denúncia do MP a respeito da candidatura de Rosane Sabrina, as armas do ‘Hammas’ político da aldeia se voltaram contra Giovani. “Passei a ser perseguido e ameaçado. Quebraram o vidro e arranharam meu carro no mesmo dia da entrevista na Real News”, conta. A mochila que tiraram de dentro do carro, diz ele, foi devolvida no dia seguinte na avenida Boqueirão, intacta, o que lhe sugere que não se tratava mesmo de um assalto comum. “Tudo isso foi registrado na Polícia. Fiz BO de tudo”.
A denúncia de rachadinha
O principal ponto da denúncia levantada pelo ex-aliado de Giovani na entrevista à Real News, que segue publicada nas redes sociais da emissora, diz respeito a um suposto esquema de ‘rachadinha’, ou seja, nomeação de uma pessoa para um cargo público mediante um acordo para que o salário seja dividido entre o empregado e quem o indicou. “Não foi nada disso”, garante Giovani. “Eu havia emprestado dinheiro a ele quando deixou o governo, uns meses antes, e ele me disse que começaria a pagar quando fosse nomeado de novo. Ele trabalhava para um vereador e quando rompeu com ele, veio para o nosso grupo. Quando voltou a trabalhar, não conseguiu pagar e foi ao escritório do Thiago para combinar como fazer. Ele estava com dificuldade, estávamos tentando ajudá-lo”.
Giovani imagina que o caso tenha sido levantado agora pela percepção do meio político sobre sua disposição em concorrer à Câmara no ano que vem. “Estou 110% pronto para concorrer”, confirma. E antecipa ao blog que está adiantando sua saída do MACA para não deixar que seus planos contaminem o trabalho da entidade. “Vou sair em seguida”, avisa. Novembro parece ser o deadline do cabeleireiro.
O empresário faria uma live neste domingo, 22, para ‘por os pingos nos iis’. Por orientação da Polícia, vai esperar pela conclusão das investigações antes de levar a público a sua versão – mas parte do que dirá o blog já antecipou neste post.
Feche a torneira, Giovani
O ataque a Giovani, reputo, natural na política ‘hammas’ que às vezes vemos não só em Canoas, mas mundo afora; se não é possível superar, que se ataque, então – mesmo que se explodam pontes e hospitais. O dano colateral – que no caso da política é a reputação das pessoas – sempre é julgado menor do que o objetivo em questão, muitas vezes, a disputa pelo poder.
Parece óbvio que o ataque a Giovani tem a ver com seus planos para 2024 e tudo a ver com a proximidade que, de fato, tem com JJ e Thaís Pena. Comportamento típico de ano eleitoral, convenhamos. Nem por isso justificável. À Polícia e ao MP cabem a investigação se as atitudes de Giovani extrapolam o limite da legalidade, mas se pudesse dar um conselho ao cabeleireiro, diria para ser menos receptivo aos apelos financeiros dos “apoiadores” de ocasião. A “ajuda” que os tais dizem precisar e parecem merecer inevitavelmente acaba confundida com favores vulgares.
Torneira fechada não goteja.