BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Jairo quer ter oposição na Câmara – e está certo nisso

Prefeito Jairo Jorge passou a semana passada em obras nas escolas da cidade: política está com a Secretaria das Relações Institucionais, sob a batuta de Mário Cardoso. Foto: Divulgação/PMC

Nelson Rodrigues dizia que ‘toda a unanimidade é burra’; acrescento que, em se tratando de política, é também falsa

Em meio às expectativas sobre quem fará parte e quem não será convidado para o ‘governo definitivo’ de Jairo Jorge, as tratativas políticas da gestão parecem indicar que haverá, sim, uma oposição ao prefeito. Mário Cardoso, secretário de Relações Institucionais e responsável pelas articulações do governo com a Câmara, tem se encarregado das conversas com os vereadores que deverão compor a base do governo. JJ não impôs veto a ninguém, mas parece consolidado entre os parlamentares que alguns não farão parte do governo.

Nesse quadro, o mais cotado para encabeçar a oposição é Juares Hoy, do PTB. Ele foi o único vereador que votou a favor do pedido de impeachment contra Jairo Jorge em dezembro do ano passado. Juares, no entanto, tem um relação muito próxima ao deputado federal Luiz Carlos Busato e deve, inclusive, migrar para o União Brasil na janela de março. A aproximação de Busato talvez dê a oportunidade para Juares distensionar as relações com o governo não para uma composição formal, mas pelo menos para deixar a porta do diálogo permanentemente aberta.

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Um segundo nome que costuma constar como aposta no campo da oposição é do vereador Abmael, do Solidariedade. Curiosamente, o mesmo partido de Mário Cardoso – mas não por muito tempo. Abmael foi eleito em 2020 tendo Nedy de Vargas Marques como padrinho e embora ainda não tenha se posicionado na tribuna em favor do regresso do vice ao posto de prefeito, deve fazê-lo quando regressar de Brasília, onde esta semana. Além disso, a exemplo de Juares, Abmael é bolsonarista e um ‘anti-esquerda’; não combina com o Solidariedade lulista sob a batuta de Mário. O caminho de Abmael pode ser o PSDB, mas não descarte o PL do capitão.

Na coluna do meio, o blog colocaria três parlamentares – todos eles já se lançaram ou especulam por o nome às urnas na sucessão de 2024: Márcio Freitas (Avante), Airton Souza (MDB) e Jonas Dalagna (Novo), já na cara do gol para assinar ficha com o PP em março. Não é intenção de JJ impor aos partidos a desistência de uma eventual candidatura como condição para participar do governo neste primeiro momento, mas não faria sentido montar um campo político de apoio formado por um monte de palanques individuais. Dos três, Márcio Freitas foi o que se saiu melhor nas urnas em 2022 e consta que estava com JJ desde o primeiro momento, em 2020. Conforme as conversas avançarem com ele, saberemos a régua que o governo usará para aqueles que querem estar juntos agora, mas que podem não seguir até o final de 2024, como espera o prefeito.

Por fim, reputo correta a ideia política de que o governo deve buscar apoio, mas não a unanimidade de cabresto na Câmara. É mais inteligente compor do que obrigar, de qualquer forma. Sem adversários, a base fatalmente se instigaria por contendas internas e fraticidas, tendo como resultado a mesma divisão que se tenta evitar.

Haja café quente e água gelada na sala do Mário.

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