Às 20h, Nedy promete ‘dar detalhes’ sobre o que vem chamando de ‘golpe’ perpetrado contra ele pelo prefeito Jairo Jorge
Começa às 20h, a ‘live do impeachment’; é como vem sendo chamada a transmissão ao vivo que fará Nedy de Vargas Marques exatas 13 horas antes de começar a sessão de julgamento feita pela Câmara de Canoas que pode lhe tirar o mandato de vice-prefeito.
O blog tentou e insistiu, mas Nedy não antecipou o que dirá à noite. Pelo cenário das últimas semanas, especulo que será uma live para ‘erguer a voz e por o dedo em riste’, bem ao estilo ‘homem dos 500 júris’ – dê isso resultado favorável a ele ou não. Explico. Nedy deve insistir na tecla da Copa Livre e no papo do ‘sujo é ele e não eu’, sempre apontando Jairo Jorge como interessado e beneficiário da cassação que se avizinha. Vai falar do processo, do que acusa o Ministério Público, que agora na Justiça Federal as coisas serão mais duras e tal. Nessa toada, pode descer a lenha sobre os vereadores que se juntaram para comungar do impeachment – mas há razões para não fazê-lo, é claro. E, ainda, tem o diz-que-disse da renúncia – uma porta de saída sempre aberta, mas que julgo inatravessável por Nedy.
Se estiver certo, Nedy repetirá na live o que disse no enfretamento de fez cara a cara com Jairo Jorge no depoimento do prefeito à Comissão Processante, que o blog comentou no post Embate JJ e Nedy; quem foi melhor e no que esse ‘cara a cara’ mexe com a Processante?, quando o vice foi o ‘samba de uma nota só’ em cima da Copa Livre. Nesse processo de impeachment, Nedy escolheu seu inimigo – JJ – e tenta atraí-lo para uma luta franca em campo aberto, o que não o prefeito não dá qualquer sinal de interesse em fazer. Não se pode ser inocente a ponto de pensar que Jairo não queira o vice fora do paço e com a inelegibilidade apontada nos tribunais eleitorais, mas o fato é que não se tem live, nem entrevista, nem post em rede social de JJ respondendo a Nedy. Esse é um jogo em que também marca pontos quem permanece mais frio.
Então a live também será um bombardeio aos vereadores? Acredito que não. Como são eles que votam contra ou a favor do mandato do vice, após a leitura do relatório e as manifestações da defesa e dos próprios vereadores, chutar as canelas dos jurados não parece uma estragégia muito correta. Na Câmara, os alvos de Nedy são clamaramento o vereador Emílio Neto (PT), presidente da Processante e seu declarado desafeto, e o presidente Cris Moraes (PV). Eracildo Link (MDB) também entrou no seleto rol da ruptura quando, segunda, apresentou relatório pela cassação de Nedy e, ao longo da semana, um e outro que disseram publicamente o que pensam sobre o assunto.
No caso dos vereadores, avalio que Nedy será comedido. Do contrário, unirá mais ainda a turma contra ele.
É hora de falar de renúncia?
Nos corredores da Câmara, se ouve falar que Nedy pode renunciar ao cargo de vice para por fim ao processo de impeachment. Isso o faria se afastar do paço, mas manteria intacto seus direitos políticos para 2024 e não o colocaria na história da cidade como o primeiro vice a perder o mandato em um julgamento político no parlamento.
Da cadeira de onde assisto a política canoense, acredito que Nedy não fará isso.
Além da eloquência que costumo identificar no ‘homem dos 500 júris’, outra característica de Nedy é a ‘espinha dura’: não se dobra com facilidade. Se um dia chegou a cogitar a possibilidade, certamente encarou a ideia como derrota e como ‘só vence o jogo quem entra em campo’, é mais fácil apostar que se arrisca no plenário mas não dará V.O. à cassação.
