BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Nedy muito perto de ser anunciado pelo PP: o comandante em chefe e o partido ‘viável’

Prefeito em exercício de Canoas, Nedy de Vargas Marques. Foto: Bruna Ourique/Arquivo CMC

Prefeito em exercício deve resolver seu destino político até o início da semana que vem, antes da abertura da janela para trocas na Câmara 

A novela sobre a filiação do prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, em um partido está chegando aos seus dias finais. O comandante em chefe do governo, que já ‘segurou na mão’ o PSDB de Eduardo Leite, ‘beijou na boca’ o PL de Jair Bolsonaro e ‘piscou o olho para a ex’, o MDB velho de guerra, deve mesmo assinar ficha no PP.

Explico.

Em novembro de 2022, à frente do governo depois que a Justiça determinou o segundo afastamento do prefeito Jairo Jorge, Nedy estava bem encaminhado com o PSDB. Chegou a receber Eduardo Leite em uma ação de vacinação no Asilo Santa Isabel, onde trocou uma ideia com o governador. Não se tem certeza, mas há especulações de que houve um ‘boi-na-linha’, em seguida: articuladores de JJ teriam indicado a Leite o rompimento entre ele e Nedy, o que fez o governador recuar da filiação. Não que tenha preferência. O caso é que Leite pretende concorrer à presidência em 2026 e não quer atrito com o PSD de Gilberto Kassab, um potencial aliado importante. Jairo é do PSD. Bom preservar a relação, portanto.

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Na seqüência, Jairo voltou ao governo e Nedy preferiu adormecer as tratativas sobre sua filiação. Segue no Avante, mas apenas por formalidade; já não se move pelo partido desde que apoiou a candidatura de Márcio Freitas à Assembleia, em 2022. Em algum momento entre julho, quando conseguiu reverter o ânimo da Câmara que discutia seu impeachment, e setembro, Nedy abriu conversas com o PL de Giovani Cherini. Uma pesquisa que anda à tira-colo dos líderes do partido indicava, à época, que o nome que tivesse o apoio do Bolsonaro faria pelo menos 35% dos votos em Canoas. Coisa para, no mínimo, viabilizar um candidato para o segundo turno. Nedy embarcou. Teria a ficha assinada pelo próprio capitão, em setembro. Só não contava com o coração, que precisou ser operado.

Bolsonaro esteve no Estado em 17 de novembro e filiou uma série de lideranças – entre elas, o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal. Nedy, hospitalizado, não foi. E se livrou. O comando do PL dançou nas mãos de Bibo Nunes, o ‘virador de mesa’, e ele desdenhou de Nedy dizendo que em 2022, votara em Lula. Longe da política para cuidar da saúde, não pode rebater a altura. E se distanciou até ver o adversário Felipe Martini assinar ficha e colocar o nome na roda para concorrer a prefeito como ‘neo-bolsonarista’. 

Foi livramento, Nedy.

Agora, a 20 dias da abertura da janela de troca-troca para os vereadores com mandato que queiram disputar as urnas em outubro, o prefeito em exercício está com diálogo avançado com o PP. Há alguns dias, o blog especulou, inclusive, a entrada do atual presidente da sigla em Canoas, Marcos Daniel, no primeiro escalão do governo. Se levar Nedy à família Covatti, que comanda o partido no Estado, Marcos Daniel vence a queda de braço com os vereadores José Carlos Patrício e Aloísio Bamberg, reafirma sua posição de comando e coloca o PP como candidato à protagonista em 2024.

E, para Nedy, entrega um partido viável para chamar de seu – sendo candidato à sucessão ou não.

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