Governador conversou com o blog entre a entrevista que concedeu ao canal MultiRS e o descerramento da placa em homenagem aos voluntários do maior abrigo das enchentes no RS
Eduardo Leite confirmou que, em meados de junho, deve haver a definição do repasse de recursos do Fundo de Reconstrução do RS para as obras de contenção às cheias que já iniciaram ou que estão por começar em Canoas. A discussão sobre os recursos se arrasta desde o ano passado quando a prefeitura encaminhou ao governo gaúcho um pedido de cerca de R$ 500 milhões para as obras, mas o dinheiro efetivamente ainda não pingou por aqui.
“Tivemos uma reunião muito boa na segunda-feira e o projetos foram encaminhados”, disse Leite. “Estão com o comitê científico do Estado para análise, mas devemos ter uma resposta positiva em breve”.
Cuidadoso, Eduardo Leite evitou falar em data, não negou ‘a janela’ para solução em duas semanas — o que, ao fim e ao cabo, gira em torno de 15 de junho.
Para Canoas, é crucial que os recursos do Estado cheguem. O alteamento, recuperação das falhas e construção dos novos diques dependem, centavo por centavo, da grana do Fundo de Reconstrução. A Prefeitura, desde o final do governo Jairo Jorge, vem utilizando o saldo da conta da outorga da Corsan, mas esse dinheiro está praticamente esgotado, com o perdão da escolha do termo. E o recurso livre, que precisa pagar desde a folha até a capina da rua, é insuficiente para bancar uma obra de proporções tão grandes quanto estas.
A vantagem é que Canoas se adiantou e entregou os projetos com antecedência — mais cedo até do que Porto Alegre. Agora, tendo o ‘ok’ do comitê científico e superando eventuais entraves técnicos comuns a este tipo de obra, podemos estar mais perto de uma solução definitiva contra novos eventos climáticos extremos.
Canoas que foi a primeira cidade a se livrar das águas da enchente, pode ser também a primeira a ter suas obras de contenção concluídas.
Homenagem e entrevista
Eduardo Leite esteve na Ulbra no final da tarde desta quinta-feira, 22, para participar de uma entrevista ao jornalista Orestes de Andrade Jr., do canal MultiRS, e de uma homenagem aos voluntários que acolheram mais de 8 mil pessoas na universidade durante a enchente de 2024. Uma placa em agradecimento e reconhecimento aos esforços empreendidos durante os 64 dias em que a Ulbra serviu como abrigo foi descerrada pelo governador ao lado do prefeito de Canoas, Airton Souza, e dos diretores da Aelbra, mantenedora da Ulbra, Carlos e João Melke. Na placa, os dizeres “Nossa gratidão aos voluntários que, com coragem e solidariedade, apoiaram o povo gaúcho e essa instituição durante as enchentes de maio de 2024” ilustram a homenagem.
“A Ulbra não esperou demanda, imediatamente abriu as portas, se mobilizou e ajudou milhares de famílias. Um grande exemplo de solidariedade que deve estar presente em cada um de nós individualmente e nas instituições. Cada gesto, cada vida alcançada fez diferença. E isso renova em mim a fé no ser humano. Por isso, como governador e como cidadão, meu muito obrigado”, acrescentou o governador.
“O Rio Grande do Sul sofreu, Canoas sofreu. Mas, também foi um tempo de solidariedade. Em questão de horas, e com a ajuda de todos vocês, erguemos aqui o maior abrigo do Estado, o maior abrigo de vítimas de eventos climáticos da América Latina. Vocês transformaram uma tragédia em testemunho de humanidade e solidariedade. A gratidão será eternizada e estará gravada não apenas no metal, mas na memória coletiva de um povo que virou exemplo de resiliência. Em nome da nossa instituição, agradeço a cada voluntário, a cada gesto, a cada vida alcançada”, ressaltou Carlos Melke, presidente da Aelbra, mantenedora da Ulbra.