Mesmo com número baixo de hospitalizações, região de Canoas recebeu um 'sinal de luz' do governo gaúcho; aviso tem tudo a ver com a presença da variante Delta entre nós
O novo sistema de monitoramento da pandemia vigente no Estado emitiu nesta quinta-feira, 4, um Aviso à região de Canoas para ampliar a atenção no combate ao coronavírus. O Aviso é a primeira de três etapas para que haja mais ação dos municípios em determinadas circunstâncias que podem evitar novas ondas de contaminação, como vimos no final de fevereiro/início de março – e que todos queremos distância.
Mas com números baixos de internação – UTIs estão abaixo de 30% de ocupação há três semanas – e poucos casos, porque Canoas recebeu o 'sinal de luz'? E que muda agora que o Aviso veio?
A responsável tem nome e se chama variante Delta – a inimiga número 1 desta fase do combate à pandemia.
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"Recebemos o aviso depois que o Lacen, o Laboratório do Estado, apurou um aumento de amostras analisadas compatíveis o sequenciamento genético da variante Delta", conta o secretário de Saúde de Canoas, Maicon Lemos. "Há um avanço significativo dessa variante na nossa região".
Hoje, a variante Delta teria predominância sobre a P1, responsável pela avassaladora onda de março. "Ela é mais contagiosa, o que significa que podemos ter um aumento de casos num espaço de tempo mais curto. E, com mais casos, mais internações, mais necessidade de UTI e assim por diante", explica o secretário.
O risco da Delta é especialmente elevado diante de parcela da população que ainda não completou o esquema vacinal e das crianças, também sem indicação de uso do imunizante. Para quem já tomou a vacina, ela costuma não provocar sintomas pesados e pode ser facilmente confundível com um resfriado comum – o que favorece ainda mais o contágio se o isolamento e as ações de higiene e uso de máscara não forem seguidas corretamente.
"Estamos no período de inverno, com temperaturas frias, calor em outros dias. Esse clima favorece os quadros gripais. Precisamos intensificar os cuidados para evitar uma nova onda com uma variante tão contagiosa como essa", avalia Maicon.
Retagurda mantida
O secretário de Saúde afirma, ainda, que toda a retagurda de Saúde segue mantida para monitorar o surgimento de novos casos do coronavírus ligados à variante Delta. "Nossos centros de testagens não foram desmobilizados, nossos leitos e equipes médicas seguem trabalhando, UPAs estão mobilizadas. E estamos fazendo o monitoramento dos casos gripais e das internações por suspeita de covid turno por turno", completa.