Partido que estava fadado à extinção em Canoas ressurgiu pelas mãos de Mário Cardoso e ainda levou um vereador na janela encerrada nesta sexta-feira
Com a filiação de Adriano Agitasamba ao meio-dia desta sexta-feira, 5, o Avante renasce em Canoas. O partido já desenganado durante o período de Nedy de Vargas Marques que, embora filiado formalmente, não escondia de ninguém a intenção de seguir outros rumos — o que, de fato, ocorreu com a ida do vice para o PP, no dia 12 de março. No que era para ser o fim do Avante, surgiu uma luz. No início da janela, abriu-se a possibilidade de contar com o vereador Aloísio Bamberg, mas a opção do ‘alemão’ pelo PSDB junto a José Carlos Patrício pareceu, naquele momento, determinar o Avante à extinção.
Eis que houve a mão do presidente estadual do partido, Mário Cardoso.
O blog já havia contado como o atual secretário de Relações Institucionais tornou-se o número 1 do Avante no Estado no post CANOAS | Avante gaúcho está sob o comando de Mário Cardoso: as três missões de Tibé ao ‘articulador’ . A nova do Mário foi ter conseguido, antes que a janela fechasse, deslocar um nome que era dado como certo entre as hostes da oposição, especificamente no grupo liderado pelo vereador Márcio Freitas (PRD), e integrá-lo à base aliada a Jairo Jorge. Trata-se de Adriano Agitasamba, eleito em 2020 pelo PL pré-bolsonaro e que, a bem da verdade, pouco tem a ver com a capitão inelegível.
Agitasamba foi do Solidariedade, cogitou uma filiação ao PCdoB e só não se tornou comunista porque o PT lhe deu uma ‘bola preta’ em reunião da federação, que reúne ainda o PV. O problema é que o PV elege Cris Moraes e, com Adriano, o PCdoB também elegeria um — e o PT, maior partido do grupo e que faz seguramente 80% dos votos entre essas legendas, talvez elege-se só um também.
Voltando ao Mário.
Com negativa de Bamberg e a filiação dele ao PSDB, Mário recolheu o time do Avante. A expectativa era de apenas apoiar a reeleição de Jairo Jorge, sem montar nominata. As conversas com Adriano, no entanto, mudaram radicalmente os planos.
Entre a quarta e a quinta-feira, Mário mostrou ao novo aliado como pretende fazer votos suficientes para eleger uma bancada em outubro — e como esse nome pode ser o próprio Adriano. O vereador parece ter se convencido: aceitou e, inclusive, especula-se ter rompido com Márcio, com quem formava um trio sólido ao lado de Leandrinho, ex-PSD e atualmente no PRD.
No Avante, Adriano será o 13º nome da bancada aliada ao paço, contando todos os que já vinham orbitando o movimento de Jairo Jorge antes do seu retorno ao governo. Um a menos do que o simbólico número 14 que expurga riscos de cassação contra si, mas o admite contra outros.
A vermos.