Vereador não fará a migração para o PSD como fez Eduardo Leite e, ainda, pode surgir como candidato a deputado federal no ano que vem
A primeira vista, pode até parecer aos desavisados que José Carlos Patrício tenha se tornado adepto de um esporte incomum entre os políticos, o ‘nadar contra a maré’ — mas reputo, não é o caso. Ao ficar no PSDB e refutar a migração para o PSD capitaneada por Eduardo Leite, faz uma escolha e uma aposta. Patrício tem um plano. E o PSDB parece ter um para ele.
O mais fácil seria seguir Leite. Dos 35 prefeitos eleitos pelo PSDB em 2024, 30 assinaram ficha no novo partido do governador. Dos cinco deputados estaduais, pelo menos quatro vão pelo mesmo trilho — só que na janela de março do ano que vem, quando podem trocar de partido sem risco de perda de mandato. E entre os dois federais, Lucas Redecker e Daniel da TV, Lucas já está de malas prontas para deixar o PSDB — Daniel ainda cogita hipóteses razoáveis para se reeleger.
Então por que Patrício fica?
Só tenho uma hipótese: Patrício concorre no ano que vem — e meu palpite, que nem sempre certeiro mas reiteradamente sincero, é o de que vai a federal. Explico.
Patrício tem uma estreita relação com Moises Barboza, vereador de Porto Alegre que deve herdar o comando político do PSDB no Estado depois que Paula Mascarenhas também migrar para o PSD. Moisés é quem tratou a aproximação do Marcelo Maranata, prefeito de Guaíba, que recentemente se filiou ao PSDB com planos claros de concorrer ao Piratini. É na filiação de Maranata foi tirada a foto que ilustra este post — e é de Maranata que Patrício ainda vai ouvir o convite para estar na direção do partido estadual e, de quebra, concorrer em 2026.
Arrisco mais. Maranata sabe que para reforçar a nominata tucana, precisa do vereador da terceira economia do Estado disputado uma vaga entre os federais. É por isso que aposto no “fato novo” pré-Grenal de que Aécio Neves, o todo-poderoso presidente de honra do PSDB nacional, é quem deve fazer as honras ao Patrício.
O plano de Aécio é simples. Ter um deputado federal implica em uma nominata forte. E ele a terá se convencer Daniel da TV a ficar, mesmo com o assédio que vem sofrendo do PSD. Patrício na nominata pode ajudar a esticar a corda do partido na Região Metropolitana, onde estão concentrado 40% dos votos do Estado, e formar a base para o vôo dos tucanos pós-Era Eduardo Leite — quem Aécio culpa, aliás, pela derrocada do partido e que moverá mundos e fundos para ver o PSDB renascido em 2026.
Aécio precisa do Patrício.