Cleiton Alves estava internado em Sobradinho, a 220 quilômetros de Canoas
ATUALIZADA – Cada dia, o vírus tem feito novas vítimas – alguns anônimos, outros mais conhecidos no tecido social canoense. No final da noite desta quarta-feira, 3, foi confirmado o falecimento do presidente do Consepro de Canoas, Cleiton Duarte Alves. Ele tinha 48 anos, casado e pai de quatro filhos. Era administrador de empresas e há pelo menos quatro anos se dedicava ao Conselho de Segurança Pública em Canoas. Cleiton estava em Sobradinho, na região de Central do Estado, entre Santa Cruz e Santa Maria, a cerca de 220 quilômetros de Canoas. A distância indica a saturação de leitos que há nos hospitais mais próximos da Capital neste doloroso enfrentamento à pandemia.
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Cleiton nasceu em Uberlândia, em Minas Gerais, mas se radicou em Canoas em meados dos anos 90. Politicamente, apoiava as políticas do posicionamentos do presidente da República, Jair Bolsonaro, inclusive a possibilidade de cidadãos terem armas em casa para garantia da própria proteção.
Como presidente do Consepro, também integrava o Fórum de Entidades, que reúne as mais importantes representações dos segmentos produtivos da cidade e meio acadêmico. Lá, Cleiton era um dos defensores da reabertura do comércio e da diminuição das restrições à circulação das pessoas.
Em março de 2020, diante da 'crise do álcool gel', quando o produto começou a subir de preço rapidamente com o aumento da procura em razão da pandemia, Cleiton conseguiu garanti a doação de 150 litros do produto às forças de segurança da cidade em nome do Consepro. O gesto permitiu que nenhuma delegacia ou policial parasse suas atividades por falta do higienizante.
Cleiton também defendia o Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública, o PISEG-RS. O programa permite que empresas e pessoas físicas façam doações de equipamentos e materiais à polícia e depois compensem os valores em suas despesas tributárias. "É uma forma de as empresas participarem da Segurança Pública, antecipando algo que as polícias precisem e compensando isso depois, na forma de desconto nos tributos devidos", explicou Cleiton na época do lançamento do PISEG, em fevereiro de 2020, um dos últimos eventos do Consepro de Canoas antes do início da pandemia que agora o vitimou.
ATUALIZAÇÃO – Equivocadamente, informamos que Cleiton era advogado e tinha um filho: ele era administrador e tem quatro filhos. O texto original já foi corrigido.