BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Recurso de emenda de Busato para compra de mamógrafo ‘está na conta’; a chance de evitar o evitável

Deputado Busato, com a esposa Walquíria Lima, na inauguração da Galeria de Prefeitos: emenda proposta por ele foi paga e ajuda a garantir a compra de um novo mamógrafo para a Liga de Combate ao Câncer e o Hospital Nossa Senhora das Graças. Foto: Reprodução Redes Sociais

Dinheiro irá para a Liga, que funciona junto ao Hospital Nossa Senhora das Graças

Já está na conta da Liga Feminina de Combate ao Câncer o recurso de R$ 350 mil do orçamento da União destinado à compra de um novo mamógrafo para o Hospital Nossa Senhora das Graças. O dinheiro é fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Luiz Carlos Busato (União Brasil), que informou nesta sexta-feira, 14, o envio do valor. O mamógrafo é a ferramenta primordial para diagnóstico de casos de câncer de mama. E para quem de repente não tem a dimensão do que ele representa, o blog explica.

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Segundo o INCA, o Instituto Nacional do Câncer, a doença acometeu 66,2 mil mulheres somente em 2021, ano que vivemos o auge da pandemia e, portanto, uma queda emergencial nas atividades médicas não ligadas à Covid-19. Imaginem que enquanto os profissionais de saúde brasileiros estavam segurando uma catástrofe sanitária da dimensão do coronavírus só com os punhos, muitas mulheres atrasaram cuidados que seriam cotidianos se a situação fosse outra. O câncer, que bola nenhuma deu para a Covid, seguiu. Ainda segundo o INCA, o tumor maligno de mama tem a maior incidência entre as mulheres, com 24,5% dos casos confirmados – praticamente uma em cada 4 mulheres que o identificam, descobrem que a doença surgiu nos corpos mamários.

No Rio Grande do Sul, os dados consolidados mais completos também são os de 2021, quando 4.173 mulheres tiveram neoplasia – o nome técnico que provoca medos e arrepios em todo o paciente. Isso significa que a cada dia, 11,4 mulheres receberam o funesto diagnóstico só aqui no RS naquele ano. O alento é que, de todos, o de mama é do tipo mais ‘tratável’: quando descoberto em suas fases iniciais, as chances de cura chegam a 95%. A prevenção, relativamente simples, ajuda; hábitos de vida saudável e o auto-exame de toque nos seios são fundamentais para identificar eventuais nódulos precocemente. É a partir daí que entra o mamógrafo – o ‘salvador’ mamógrafo, reputo.

O equipamento ‘escaneia’ cada um dos seios da mulher com suspeita de formações estranhas na mama. O mamógrafo produz imagens em alta definição que permitem ao médico estimar a presença do câncer – que é confirmado ou descartado com a realização de uma biopsia. Sem o mamógrafo, as mulheres retardam a identificação dos problemas relacionados às mamas e, quando chegam à notícia do câncer, muitas vezes é tarde. No Brasil, os números do INCA indicam que 16,3% das mulheres com diagnóstico confirmado perderam a vida para a doença por descobrirem sua situação além do ponto de tratamento ou cirurgia – parte delas, sequer tiveram acesso a um mamógrafo para avançar sobre eventuais suspeitas, uma vez que o câncer de mama pouco provoca sintomas em estágios iniciais.

Em 2004, um amigo ginecologista, o Dr. Marcelo Leone, concorreu a vereador em Gravataí. Andando por ruas em bairros populares, era abordado por toda a sorte de mulheres em busca de informações de saúde. No fundo da vila, não era todo dia que se via um médico. Me contou, tempos depois, que muitas delas tinham em mãos exames que indicavam a presença de nódulos nos seios, mas que era preciso do mamógrafo de um médico para reconsulta e diagnóstico – ou seja, elas tinham acesso ao serviço de saúde, mas a falta das ferramentas transformava tornava a ida ao médico algo inócuo. O mamógrafo é a porta de entrada para diminuição do risco de câncer levar uma vida. Se muitas vezes o diagnóstico é inevitável, o fim não é.

Dito isto, pouco importa de que lado da ferradura ideológico se está: a chegada da emenda de Busato é um alívio; que o dinheiro que ainda falta para compra do novo mamógrafo venha logo e mais mulheres tenham a chance de vencer a triste estatística que a doença ainda apresenta.

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