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CANOAS | Tibé recebe Nedy no Avante: o que antecipa o deputado que faz a linha de frente na Reforma Eleitoral

Luis Tibé é presidente do Avante desde 2006 e, este ano, preside a Comissão Especial da Reforma Eleitoral na Câmara dos Deputados. Foto: Divulgação

Empresário e político mineiro, Luis Tibé esteve em Canoas nesta quinta para live de filiação do vice-prefeito, Nedy de Vargas Marques

O sotaque e jeito manso de falar não enganam: Luis Tibé é de Minas. Vereador em Belo Horizonte desde 2009 e deputado federal desde 2014, o homem que votou a favor do impeachment de Dilma Roussef e da PEC do Teto de Gastos, já no Governo Temer, é o presidente do partido que recebeu nesta quinta-feira, 10, a filiação do vice-prefeito Nedy de Vargas Marques – ex-Solidariedade. Desde 2006, Tibé comanda o Avante, sucessor do PTdoB que pôs, inclusive, candidato à presidência da República em 1989, na famosa eleição marcada pela disputa entre Fernando Collor e Lula.

 

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Tibé, no entanto, se notabiliza em 2021 pela presidência da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Reforma Eleitoral. Como político e mineiro, evita apostar no que dará o trabalho que deve ser votado pela Casa em dois turnos até outubro, sob pena de não valer para 2022. "O melhor seria termos mais tempo para uma ampla discussão", avisa. "Mas algumas ideias já se sobressaem nas conversas pelo Congresso".

O Distritão

E a primeira delas é o voto distrital – ou Distritão, como os políticos acostumaram a chamar o sistema que, na prática, muda tudo no modo como a gente escolhe os parlamentares eleitos. Atualmente, nossos sitema é proporcional, ou seja, as pessoas votam em vereadores, deputados estaduais e federais ligados a um partido. O total de votos dos candidatos desse partido é somado e dividido pelo quociente eleitoral. O resultado desse cálculo indica o número de parlamentares que o partido elegeu. Não parece muito simples, mas é adotado no Brasil desde a década de 40.

No Distritão, toda eleição é majoritária, ou seja, a gente vota como se fosse para prefeito, governador ou presidente da República. No Rio Grande do Sul, por exemplo, temos 31 deputados federais. A grosso modo, o Estado seria dividido em 31 regiões – ou distritos, daí o nome Distritão – e cada um elege um deputado.

"É uma mudança muito profunda para ser assimilada em tão pouco tempo pelo eleitor", avalia Tibé. "Mas parece que vai avançar mesmo".

Mais espaço para as mulheres

Outro aspecto da reforma que parece estar engatilhado para a aprovação diz respeito a participação das mulheres na política. Hoje, as nominadas parlamentares são obrigadas a inscrever pelo menos 30% de mulheres e elas recebem recursos do fundo eleitoral espefícios para suas campanhas. "A mudança pode ser de que pelo menos 15% dos eleitos sejam mulheres. Aí um partido que tenha eleito 10 deputados, por exemplo, o menos votado deles não seria o eleito, mas a mulher do partido mais votada", explica Tibé.

Também deve ser aprovado, segundo o presidente da Comissão, a criação das chamadas 'federações', que seria a união de partidos políticos para formação blocos nacionais. "Eles teriam de ser reproduzidos nos Estados e valeriam por pelo menos quatro anos", adianta.

"Não será uma reforma dos sonhos, nem será uma reforma perfeita. Mas será a reforma possível, viável", argumenta Tibé. "Por mim, discutiríamos agora para valer somente na próxima legislatura. Mas o Congresso se move por isso, há muitos interesses de parlamentares nas eleições e, então, uma parte disso será votada e aprovada até outubro".

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