Fiquei impressionada com as falas de duas meninas de 15 e 16 anos. Elas foram debutantes em um baile promovido pelo Rotary Clube de Gravataí, na quarta-feira passada, para quinze garotas. Vivem em instituições que oferecem acolhimento provisório para crianças e adolescentes. Estão afastadas de suas famílias por medidas protetivas.
Uma jornalista presente perguntou o que estavam achando da festa preparada especialmente para elas. Resposta de uma delas: “As pessoas foram incríveis com a gente e me fizeram acreditar que ainda há quem queira fazer o bem”. E da outra: “O carinho que recebemos nos faz acreditar em sonhos”.
Mais que a festa, anel, presentes e todos os demais itens que fazem parte de um tradicional baile de debutantes, essas meninas ganharam esperanças de que, apesar de todas as tristezas que já sentiram em seu pouco tempo de existência neste mundo, ainda é possível acreditar que a vida pode ser melhor. Mostraram que o mais importante para elas foi a atenção e o carinho recebidos.
Um misto de alegria e tristeza convulsionou meu coração. Alegria porque, mesmo tendo uma participação pequena, de alguma forma contribuí para o fio de esperança ali tecido; tristeza, porque é muito pouco diante do desafio maior. Além destas 15 meninas que debutaram, em cinco casas lares de Gravataí vivem mais de 200 crianças. Algumas talvez consigam voltar a conviver com suas famílias, outras não.
Qual o destino de cada uma delas com o nosso apoio?
Qual o destino de cada uma delas sem o nosso apoio?
