opinião

Carlito defende saúde do governo Stasinski; é resposta à ’gestão que mata’

Carlito Nicolait é hoje secretário em Viamão

No artigo O que faz a saúde ’matar gente’ em Gravataí; o nome das coisas tratei do amargo diagnóstico feito pelo prefeito Marco Alba no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes).

Identificado pelo Seguinte:, Carlito Nicolait, que era secretário do prefeito Sérgio Stasinski no período de assinatura da Gestão Plena da Saúde, criticada por Marco, pediu direito de resposta.

Siga a nota ‘A Gestão Plena na área da saúde foi uma grande conquista’, enviada pelo ex-vereador que hoje é secretário da Saúde de Viamão.

 

“(…)

É uma pena, uma cidade do porte de Gravataí, ter um prefeito que não assume para si os problemas, que não enfrenta e que não os resolve.

Ele é prefeito há 8 anos e passou todo este período chorando e reclamando do passado. Faz isso até hoje. Administrou mais R$ 7 Bilhões e o que fez de concreto. Hoje tem feito umas obras, algumas delas importantes, mas tudo a base de financiamento. É só olhar as placas nas obras, está lá um banco que financia. Você cidadão é quem vai pagar esta conta, são quase R$ 100 milhões que ficarão para serem pagos no futuro.

Eu não tenho nenhum problema de discutir o passado, de discutir o presente e até de planejar o futuro. Diferente do prefeito eu enfrento os problemas e assumo a responsabilidade. Eu fui secretário municipal de saúde de Gravataí de 2005 a 2008, defendi a chamada “Gestão Plena do SUS”. E foi nesta época que Gravataí conquistou a Gestão Plena.

Agora quero me ater a um fato ocorrido durante a reunião de um Conselho Político aqui da cidade, onde o prefeito teria dito que: A opção pela chamada gestão plena da saúde "já matou muita gente". Confesso que tenho ouvido muita bobagem ultimamente dita por políticos, mas esta não perde em nada no que diz respeito a falta de conhecimento sobre o tema, ao despreparo e até a limitação de intelecto.

Para quem não sabe, gestão plena, de forma muito simplificada, significa que o município recebe todos os recursos para gerir os serviços de saúde instalados na cidade diretamente do governo federal, sem atrasos. Quem não tem a gestão plena, teve nos últimos anos, retidos diversos repasses pelo governo do estado. Esta dívida do governo do estado com os municípios, é superior aos R$ 600 milhões. Em suma, ter a gestão plena é ter autonomia sobre os recursos, é poder contratar e negociar direto. Todo gestor quer isso.

Um dos entusiastas disso é o atual ministro Osmar Terra (MDB), que a época era Secretário de Estado e nos permitiu uma excelente e diferenciada negociação. Passamos a receber mais do que teríamos direito.

Foi a partir da gestão plena que na época, zeramos filas de muitos exames e procedimentos. Para se ter uma ideia, quando eu assumi em 2005, exames como tomografia e ressonância, demoravam quase três anos para serem feitos. Quando sai da secretaria em 2008, os pacientes faziam o exame em uma semana. Era mais rápido fazer exames no SUS de Gravataí, do que na Golden Cross. Hoje, depois de sucessivas gestões desastrosas na saúde de Gravataí, as pessoas esperam mais de um ano para realizá-los. Em uma série de péssimas negociações com prestadores de serviços, como o Hospital daqui.Os gestores aplicam mau o dinheiro e não conseguem ampliar atendimentos.

Sobre a saúde, hoje as pessoas padecem esperando atendimento, nem os médicos eles conseguiram manter. Sabiam deste problema das contratações há 8 anos e nada fizeram. Uma vergonha.

Sobre a gestão plena, hoje no estado, aproximadamente 150 municípios têm esta autonomia. Aqui em Gravataí eu lembro que já funcionou bem. Em 2005, a saúde era apontada como o maior problema da cidade. Depois da gestão plena, em 2008, quando sai da secretaria de saúde, a área era apontada como o 6º problema da cidade. Com o Marco Alba ela voltou a ser o principal problema.

Mas vamos lá. Eu e todo mundo que conhece um pouquinho de gestão pública, defendo a gestão plena na saúde, mas se o prefeito não gosta, não quer, ou não sabe administrá-la. Será o maior vexame da história de Gravataí, mas vai lá e devolve esta gestão para o estado, e fica cuidando só dos postos de saúde. Ele teve 8 anos para fazer alguma coisa e não fez.

O grande é que a história está aí sendo escrita e ela cobra de nós gestores, por tudo aquilo que não fizemos. Digo isso, para entrar um pouquinho na discussão da falta de leitos em Gravataí e na região. Nos cinco municípios do Vale do Gravataí, faltam 1000 leitos no total, e este é o dado correto. Por isso, no ano de 2011, eu escrevi um projeto para a construção do Hospital Regional do Vale do Gravataí. Coordenei um Comitê de Implantação e conseguimos incluir R$ 220 milhões nos orçamentos do estado e da união. Elaboramos inclusive o seu Projeto Básico. Definimos a área, ele seria construído as margens da ERS 118, aqui na cidade.

O Marco Alba, pela sua falta de habilidade e truculência política, entrou no processo, na véspera da eleição articulou a mudança do local. Criou uma grande confusão entre as cinco cidades. Brigou inclusive com o seu governador. Resumo da questão: perdemos o hospital e hoje a própria história vem lhe cobrar a conta.

A gestão pública não é para qualquer um, ela é difícil. De todas as áreas a mais complexa é a da saúde. Esta secretaria não pode ser utilizada como moeda de troca em governos, não pode ser distorcida na sua finalidade. A área da saúde requer dedicação, empenho e cuidado. A gestão da saúde, especialmente a gestão plena do SUS, não comporta amadorismos.

O problema da “Gestão Plena” não está na “Plena”, o problema está na “Gestão”, ou seja, na falta da gestão.

A solução dos problemas da saúde aqui, dependem exclusivamente de ações do governo municipal. Só o prefeito tem o poder para mudar isso.

“Prefeito: Para de chorar e vai trabalhar pela saúde, você ainda tem alguns meses de governo.”

Por fim, se morrem pessoas por falta de atendimento na saúde em Gravataí, quem é o responsável é o prefeito da cidade, ele em oito anos não teve a competência de resolvê-los. Só falta agora vir pedir, mais quatro anos para alguém de sua confiança continuar desconstruindo aquilo que é conquista da cidade.

(…)”

 

LEIA TAMBÉM

PERFIL CARLITO NICOLAIT | O tecnopolítico

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade