opinião

CC do ’deputado dos animais’ preso por venda de fogos de artifício; não esqueçam os cães do ’protetor’

Dos Grandes Lances dos Piores Momentos.

O site POA 24H noticiou na noite desta segunda que um assessor especial do deputado estadual Rodrigo Maroni foi preso vendendo fogos de artifício irregularmente, em Viamão.

Não é fake news. 

O CC foi flagrado com fogos de artifício. Fogos barulhentos, aqueles condenados por protetores dos animais (causa pela qual o parlamentar foi eleito vereador e depois deputado) e por boa parte da sociedade – só para se ter uma ideia, o artigo Fogos pra quê?; acidentes e dor para autistas e animais, publicado pelo Seguinte: dia 24 de dezembro já atingia 40.940 cliques individuais de leitura às 22h05 desta segunda.

Não é fake news.

É assessor do Maroni, o 'deputado da causa animal', que já tinha anunciado a apresentação de Projeto de Lei contra a Fabricação, Comercialização e Queima de Fogos de Artifício, devido à dificuldade de fiscalização da lei sancionada neste dezembro pelo governador Eduardo Leite, a partir da aprovação, pela Assembleia Legislativa, de PL de Luciana Genro que proíbe a soltura de fotos com ruído.

Chocado, Ricardo Bristot, protetor do animais radicado em Gravataí, e que também é assessor do deputado, me disse há pouco que "a assessoria foi pega de surpresa". Maroni também enviou vídeo por WhatsApp anunciando a demissão do assessor e confirmando a apresentação do projeto para proibir a venda de fogos no Rio Grande do Sul.

– Uma criança na guerra da Síria. É assim que fica um animal em meio aos fogos. Vou apresentar projeto para proibir a venda não só para combater pessoas como essa, que vendia fogos irregularmente, e será demitida, mas também os grandes comércios, as grandes fábricas e os shopping que lucram em cima do sofrimento dos animais – disse.

Também tive acesso a um vídeo onde vizinho, em frente à delegacia de polícia, confirma que o assessor detido “solta fogos há 10 anos”.

– Vou testemunhar porque agora ele se envolveu com a causa animal para ganhar em cima dos bichos, e isso não é bom para os protetores – explica, autorizando o interlocutor a ceder o vídeo para a TV Record.

A testemunha também denuncia que animais sob a tutela do assessor estão em condições de maus tratos:

– Ele cata papelão dizendo que vai comprar ração, mas pega sebo cru no açougue e dá para os bichos. Os animais se comem entre eles, estão cheios de sarna.

Sugiro algumas questões para a polícia investigar.

De onde vieram os fogos? O assessor foi até algum fabricante comprar os artefatos? Onde?

Ou alguém procurou o assessor para oferecer os fogos? Quem? Se foi ‘recrutado’ como vendedor, quando aconteceu, antes ou depois da Assembleia aprovar projeto proibindo o uso de fogos, o que abre caminho para aprovação do PL de Maroni para proibir a venda?

São perguntas que podem levar à diferentes suspeitas e/ou conclusões: foi um caso isolado e o assessor é só mais um entre tantos aproveitadores da causa animal; ou foi uma armação contra o deputado para fragilizar seu projeto de proibição da venda de fogos.

Porém, o que mais me sensibiliza, por se tratar de vidas, é a investigação sobre a condição dos animais que estão sob a tutela do assessor.

Ao fim, é muito chato tudo isso.

Por obvio, Maroni não sabia que o assessor vendia fogos.

Inegável é que foi negligente na escolha do seu CC, já que bastava perguntar na vizinhança para saber se o cujo soltava fogos, ou não, ou mantinha um depósito de cães.

Espero que Maroni já tenha ido alguma vez a Viamão testemunhar os cuidados de seu assessor com os animais.

Ou, ao menos, que vá lá agora, que o 'protetor' saiu de casa algemado. 

O deputado pode não ter culpa, mas tem responsabilidade.

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