opinião

Cenários malucos que mudariam eleição em Gravataí; tertius gaudens

Não sou a Manuela Dias, mas ofereço a seguir, ao leitor do Seguinte:, um roteiro tipo novela, com viradas dramáticas, em dois cenários malucos que poderiam mudar a eleição de 2020, em Gravataí.

Não pensem que conspirações assim não deitam no travesseiro dos políticos, mas trato por ‘cenários malucos’ porque há componentes eleitorais e anímicos que tornam essa ‘brincadeira’ que faço quase que inimaginável.

O protagonista teria o nome de Tertius, com inspiração no latim, como gostam alguns roteiristas para instigar mistério. 

Ao fim, comento.

 

1.

Na oposição.

A ‘união das esquerdas’, que, como já disse Frei Beto, “só acontece na cadeia”.

As cenas dos próximos capítulos seriam assim: se Dimas Costa (PSD) abrir alguma vantagem nas pesquisas em relação a Anabel Lorenzi (PDT), ou vice-versa, quem estiver atrás renuncia à candidatura para apoiar o/a outro/a.

Um poderia ser vice do outro.

Mais: no caso do candidato do governo disparar, a chapa poderia ser mudada, com Rosane Bordignon (PDT) como ‘coringa’, a prefeita ou vice, mantendo a aliança com Anabel e Dimas.

 

2.

No governo.

Jones Martins e Levi Melo são os nomes mais citados. Mas Luiz Zaffalon poderia ser o tertius gaudens.

Assim: Levi se filia ao MDB, mas opta por não concorrer, para não ter que diminuir o padrão de vida que tem com ganhos de sua renomada clínica. Porém, combina com o prefeito Marco Alba para lançarem Zaffalon, isolando Jones na disputa partidária.

 

Analiso.

O problema é achar final feliz para todo mundo nesta história.

Começo pelo candidato do governo à sucessão, porque o cenário é ‘maluco’, porém mais possível que o que tracei para oposição.

Mesmo que o campo de ‘centro-direita’ não tivesse outra candidatura, repetindo 2012 e 2017, quando Marco foi eleito e reeleito, o problema seria eleitoral: o Dr. Levi aparece nas pesquisas na frente de Jones, que ganha de Zaffalon – praticamente um desconhecido.

Zaffa candidato seria uma aposta total de Marco Alba numa boa avaliação do governo e no crescimento de sua popularidade. A ‘lógica do poste’, mesmo que a expressão não caiba certeiramente em Zaffalon, que tem história administrativa e partidária.

Na oposição, arriscaria aquele que se mantém como ‘mocinho’ virar ‘vilão’.

Explico.

Certeza da vitória ninguém tem, porque quatro anos depois não basta somar os votos que Rosane fez, aliada a Dimas, e de Anabel, e dizer que se a Bordignon perdeu o pleito suplementar de 2017 para Marco Alba por apenas 4 mil votos, uma união dos canhotos resolveria a eleição em 2020.

No caso de apoiar Dimas, os Bordignons poderiam perder Anabel, que tem como principal aliado Dilamar Soares, irmão de Dimas, mas ‘Caim e Abel’ no convívio político.

Mais: Daniel Bordignon, que em 2024 já pode concorrer a prefeito após o longo inverno da suspensão de seus direitos políticos, poderia ver no trono aquele que já apontaram como seu ‘herdeiro’ quando comungavam do petismo.

Em uma corruptela, seria o ‘risco rei posto, rei morto’.

Mas quem mais reputo perder seria Dimas, que hoje posa como o ‘mocinho’ que tem coragem para enfrentar nas urnas os candidatos dos gigantes, Marco Alba e Daniel Bordignon.

Sim, porque se ganhar, ganhará por causa de Bordignon; se perder, não terá vencido nem com o apoio de Bordignon.

Dimas jogaria fora uma coisa que nenhum candidato tem: a possibilidade de ‘ganhar perdendo’, como já tratei há meses no artigo Por que Dimas fará festa em 2020.

Aos 38 anos, ainda terá muitas eleições pela frente.

Sem ser 'poste' de ninguém.

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