Henrique Gaus, que ao menos nas redes sociais ainda se apresenta como Comandante da Guarda Municipal de Gravataí, quer a morte de Lula, o presidente eleito do Brasil.
Como covarde não é, não há de negar a interpretação obvia de seu Twitter (observe a mensagem anexa à tuitada pelo TSE).
Reproduzo e, abaixo, sigo.
Ora, senhor Gaus!, tens o senhor informação de algum criminoso para prever que “Lula se durar, não assume”?
Deverias propagar a paz e a ordem, ainda mais em um momento em que baderneiros trancam estradas e as polícias brasileiras estão sob observação pelo mundo, cujos principais líderes, dos EUA à China, passando pela Rússia e França, já reconheceram a eleição de Lula como limpa e constitucional.
Tragicomicamente, nesta terça o Seguinte: postou Servir e Proteger: conheça a rotina de atuação da Guarda Municipal de Gravataí.
– Queremos passar a imagem real da polícia cidadã para as pessoas, buscando quebrar a percepção da sociedade de que somos brutos. Priorizamos o nosso trabalho de alertar e orientar antes de qualquer ordem de reação – diz na reportagem o coordenador do grupamento comunitário, guarda municipal Arlen Tristão.
Há algo mais “bruto” do que desejar a morte de alguém, se bem entendi seu post? Ou o senhor vai dar a desculpa de que “era brincadeira”, ou desejou uma “morte política”? Poderia ter usado, então, Dilma, vítima de um golpeachment, e não Tancredo, um falecido seja por qual causa for.
Gaus, não é uma questão de “liberdade” de dizer o que quiser e depois responder na justiça caso ultrapasse os limites constitucionais, penais. O senhor não é um servidor qualquer! O senhor usa uma arma paga pelo contribuinte. O senhor treina e é o chefe de servidores que andam armados nas ruas e com poder de polícia.
Seu post me deixa desconfiado se cumpririas uma ordem do prefeito Luiz Zaffalon caso não estivesse de acordo com sua ideologia; fosse ela fiscalizar alguma irregularidade em uma casa noturna de ricos, ou uma desocupação de pobres em alguma vila da cidade.
Ao fim, fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, a Guarda Municipal da quarta economia gaúcha pode ser exemplar, e pelo que vejo, e ouço, é, mas seu comandante não tem noção da responsabilidade de seu cargo.
Palavras, se não matam, podem ser cúmplices.
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ATUALIZAÇÃO
Henrique Gaus enviou mensagem após a publicação do artigo.
– Sou responsável pelo que escrevo sim, mas daí a interpretação fica por tua conta – argumenta o chefe da Guarda.
– Não estou desejando a morte de ninguém, mas sim a não assunção ao governo. Explico: em minha análise, quem vai se dar bem é Geraldo Alckmin, pois Lula, se durar (for diplomado), pode não assumir se alguma fraude nas eleições for descoberta. Aí não assume, se assumir, não vai durar (pois vão tentar de tudo para seu impeachment) – conclui.