Para salvar a aposentadoria precoce, parte da reputação que ainda resta e não ser expulso da Polícia Federal, Anderson Torres deveria ser convidado, logo depois do retorno ao Brasil, a delatar todos os envolvidos na trama do golpe da minuta.
Se não tiver a delação desse e de outros protagonistas da tentativa de golpe, só os manés das excursões lotarão a Papuda, e os líderes escaparão mais uma vez.
Os líderes não são os que aparecem como financiadores das excursões golpistas com terroristas profissionais e gaiatos.
Os verdadeiros financiadores, que atuavam no atacado, estão encobertos. Pegaram até agora os financiadores do PIX, os patriotas do varejo, que devem ser contidos. Mas não só eles.
Sem a delação a ser feita por esses intermediários e por muitos laranjas, não chegarão aos financiadores da grande estrutura desde o golpe de 2016.
O policial federal envolvido na montagem do que seria um levante popular e uma intervenção militar terá de contar tudo. Ele deve saber até como funcionava o gabinete do ódio.
Bolsonaro pode ter prometido o que a Torres? A vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo, se fosse reeleito?
O que Bolsonaro pode ter acenado na direção do delegado, para conseguir sua adesão a um projeto suicida? Qual a cumplicidade de Torres com o núcleo militar do Planalto?
Sergio Moro, que denunciou Bolsonaro, precisa contar o que sabe. Moro provocou a abertura de inquérito contra Bolsonaro, por suspeita de manipulação política da Polícia Federal.
É hora de deixar de pegar padeiros, serralheiros e donos de fazendolas e pegar os milionários.
Alexandre de Moraes, que eles queriam mandar prender, sabe quem são os impunes ainda soltos.
Não são manezinhos. São manezões. Os manezões queriam Alexandre de Moraes encarcerado.
Mas atenção: os manezões não são Bolsonaro, os filhos de Bolsonaro, nem o entorno da família dentro do poder.
Moraes sabe quem é o manezão que ameaçava o Supremo e ajudou a sustentar o fascismo.
Anderson Torres precisa dizer o que sabe sobre as atividades dessa gente, e ele deve saber muito.