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COLUNA DO MARTINELLI | A encruzilhada de Miki e Jack

Jacqueline Ritter, a Jack Ritter, é vereadora reeleita de Cachoeirinha

Hoje em choque, os caminhos do prefeito Miki Breier e da popularíssima vereadora Jack Ritter sempre foram tortuosos. Companheiros de ninho no PSB de Cachoeirinha, raramente compartilharam a pomba branca da paz que ilustra a bandeira do partido.

A entrevista de Miki ao Seguinte:, nesta segunda-feira, dizendo contar com 15 dos 17 vereadores, noves fora Jack e Cristian Wasen (PMDB), já fez com que se bicassem de novo, principalmente por ter acontecido horas depois de um encontro cordial entre os dois.

– O Miki formalizou a separação ao falar publicamente que conta apenas com 15 vereadores – resume uma pessoa há anos muito próxima à vereadora.

 

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Quem conhece os bastidores da política entre a ponte e a 59 recorda que Jack brilhou para a política como secretária da Educação do primeiro governo de José Stédile, ainda no PT, em substituição à unanimidade intelectual conhecida por Silvio Rocha.

A baixinha, muito afável, mas também explosiva e de posições fortes, substituiu o professor que foi cursar um doutorado na Alemanha. Até ouvir um apelo de Stédile para ceder o cargo a Miki, que à época importado de Gravataí, onde foi vice-prefeito de Daniel Bordignon e vereador mais votado, começaria uma trajetória política que o levaria à Assembleia Legislativa e, ano passado, à eleição para Prefeitura.

Sob lágrimas, e um abaixo-assinado repleto de figuras respeitadas da rede municipal de ensino que pediam sua permanência, Jack aceitou o apelo do prefeito, de quem passou a cuidar de toda agenda administrativa e política como chefe de gabinete.

Jack seguiu crescendo no PSB, foi secretária de Administração de Vicente Pires e, em 2012, convidada para preencher a cota de mulheres candidatas, surpreendeu ao se eleger como a nona vereadora mais votada. No ano passado, antes da reeleição à Câmara, os 20 anos de PSB a colocaram entre as pré-candidaturas do partido à Prefeitura. Uma história que ela já contou para mais de uma pessoa é que só teria saído da disputa após uma promessa pessoal de Miki de que, nas palavras que ela própria usa ao contar o caso, “governar junto”.

Além da cara na porta dos primeiros dias do governo Miki em 2017, a paralela dos caminhos trilhados pelos dois expandiu-se quando em fevereiro o prefeito apresentou os projetos com cortes de vantagens – e privilégios – de servidores públicos municipais.

‘Pacote diabólico’, é assim que Jack se refere aos projetos.

Professora da rede municipal há 30 anos e com uma base eleitoral forte no funcionalismo, a vereadora se rebelou. Reclamou não ter sido ouvida na elaboração do ajuste e votou contra todos os projetos.

Miki mandou demitir as quatro indicações dela no governo.

– Não me submeto à política tradicional que corta braços, pernas e línguas para esvaziar cérebros – costuma responder sobre isso, acrescentando que não sai do PSB de jeito nenhum.

Desde sempre próxima a Stédile, uma encruzilhada entre Jack e Miki desenha-se ao longe. Mais precisamente em 2020. Não buscando uma candidatura a prefeita para atrapalhar a reeleição do prefeito. Mas trabalhando desde ontem pelo #Volta Stédile!

 

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