O Palácio do Planalto não emplacou Jones Martins (PMDB) como relator do processo contra Michel Temer (PMDB). O advogado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) foi o escolhido.
O deputado federal de Gravataí e também advogado constitucionalista era o favorito do padrinho político Eliseu Padilha e do próprio Temer, de quem recebeu um telefonema após defender o presidente dos pedidos de renúncia feitos pela oposição.
– Não fui, mas a lembrança de meu nome me coloca em posição de poder opinar mais aqui – resumiu Jones ao Seguinte:, se preparando para, em minutos, subir à tribuna para discursar.
Nos bastidores comenta-se que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) cobrou uma conta antiga de Temer e Padilha por ter sido preterido ao Ministério da Justiça.
Mas também demonstra o momento de total fragilidade do presidente após a denúncia feita semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo crime de corrupção passiva, com base nas delações dos magnatas caipiras da JBS.
O tempo vai mostrar se o sacrifício de Jones – ao se colocar na frente das balas da oposição e da Rede Globo, e aparecer como um bom escudo de um presidente impopular e já condenado pela opinião pública – será futuramente recompensada.
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Por enquanto, restou apenas ao candidato a reeleição em 2018 e à Prefeitura em 2020 o desgaste de aparecer no Jornal Nacional explicando ter sido em caixa 1, registrada oficialmente, doação de R$ 100 mil para sua campanha feita por Temer, então candidato a vice de Dilma Rousseff (PT).
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Jones, como membro da CCJ, participará do julgamento da admissibilidade da denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o presidente eleito para ser vice.