Saul Teixeira

Com escalação de videogame, Brasil embala sonho do Hexa. Mas…

Estreias sempre são complicadas. Mas deu tudo certo! Com escalação ousada e controle em toda a partida, o Brasil justificou logo na primeira partida o cartaz como um dos principais favoritos.

A formação disposta praticamente num 4-2-4 funcionou pelo notável trabalho de recomposição sem a bola dos atacantes. Entretanto, o time deslanchou somente na segunda etapa, quando a Sérvia acusou desgaste físico e cedeu campo aos velozes atacantes.

É preciso ficar alerta e colher as lições da estreia. Nos primeiros 45 minutos, não encontramos solução ofensiva. Talvez tenha faltado aproximação dos avantes com a bola, bem como a troca de posição entre eles. Faltou principalmente saída de jogo.

Um volante, dois meias e três atacantes! A escalação de Tite lembrou a ofensividade dos jogadores de videogame que, sem maiores responsabilidades, se lançam ao ataque sem olhar para o retrovisor.

Contra adversários mais qualificados no futuro breve, “menos será mais”. Só para ilustrar: em 94 Mazinho ganhou a posição de Raí para garantir maior robustez defensiva. Em 2002 foi a vez de Kleberson substituir Juninho Paulista para cumprir papel tático semelhante. Exemplo recente? Temos! Matuidi foi o ponto de equilíbrio que encaixou a França rumo ao Bi em 2018 após estreia frustrada.

Fred ou Bruno Guimarães precisam jogar ao lado de Casemiro — que, aliás, foi novamente monstruoso. Com a dupla de contenção, daremos mais liberdade para os homens da frente e ainda teremos boas opções ofensivas no banco de reservas para o segundo tempo. Dificilmente mudaremos um jogo com Gabriel Jesus e Martinelli, né? Raphinha sem a bola chegou a ser dublê de lateral-direito. Com ela, perdeu duas chances claríssimas. Seria pelo desgaste físico do frenético vai e vem???

Jogando algumas horas do Brasil, a seleção de Portugal chegou a vitória muito pelo ingresso do então reserva William Carvalho na cabeça de área. Mais uma ilustração! Embora os dois gols sofridos, a entrada do camisa 14 permitiu maior liberdade para Bruno Fernandes — que decidiu o duelo com duas belas assistências.

Perdoem pelo aparente pessimismo. Mas… Futebol Profissional para ter sucesso requer equilíbrio. Necessita, entre outros, de uma mecânica que povoe o meio-campo.

O time que venceu a Sérvia com dois gols de Richarlison pode ganhar jogos pontuais, mas dificilmente ganhará a Copa do Mundo! De duas uma: tomara que Tite repense os 11 titulares apesar da vitória… ou tomara que eu queime a língua!

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