SAUL TEIXEIRA

Com futebol digital, Inter “lava a alma” no Gre-Nal 440

Superioridade inquestionável. Futebol ofensivo, toques curtos, aproximação, marcação avançada, volume, intensidade, perde-pressiona, compactação… Até os 21 do segundo tempo, o Internacional praticou alguns dos principais conceitos vistos na “nata” do futebol mundial.

Nada de desgaste físico por ter disputado uma semifinal de Libertadores quarta-feira última, tampouco abalo emocional pela eliminação. Pelo contrário! Uma jornada para “lavar a alma” da torcida.

Embora tenha tido uma semana de descanso e de preparo para o clássico, o Grêmio jogou no “lixo” o contexto favorável. Enquanto o rival entrou em campo frenético, aceso, no modo “digital”, o time de Renato pisou no Beira-Rio praticando futebol “analógico”. Novamente uma partida abaixo da crítica longe da Arena.

Pelo lado colorado, novamente o pecado do “desperdício”, o que justifica o placar apertado de 3 a 2. Mesmo assim, algumas lições foram colhidas do insucesso contra o Fluminense, principalmente “sem a bola”.

Fernando Diniz empilhou atacantes e meias ofensivos no estilo “tudo ou nada” 3 dias antes do Gre-Nal. Renato repetiu a mesma “estratégia”, mas desta vez, Eduardo Coudet respondeu à altura taticamente. Terminou a partida repleto de defensores. Negou espaços. Leitura precisa e determinante na reta final do duelo. Méritos por consagrar a obviedade.

A evolução ofensiva do Inter com Coudet é impressionante. Mas também é inegável que o time é desequilibrado, ou seja, não marca tão bem quanto ataca. Outra pauta positiva, porém, é o “preparo físico”. Em 2/3 da temporada, o time se esfarelava em campo na reta final das partidas. Atualmente, nada de “babar na gravata”.

Pelo lado derrotado, o Grêmio cedeu muitos espaços mesmo atuando com 4 atletas na meia-cancha. Em pitacos atrás, defendemos a volta dos 3 zagueiros, principalmente em jogos “mais pesados”. Sem a figura de um volantão-raiz no elenco, seria uma providência, no mínimo, interessante.

Alan Patrick passou a tarde inteira “livre, leve e solto”. O mesmo aconteceu com Maurício que, tradicionalmente, deixa a ponta e ingressa pela faixa central. Aqui um singelo convite à reflexão: a mecânica do Inter é a mesmíssima há 90 dias. Será que a comissão técnica do Grêmio não poderia ter preparado melhor a equipe para a disputa?

Enfim…

Futebol é mágico e apaixonante também por isso. Pela incapacidade inesgotável de ofertar a “segunda chance”. Em três dias, quase tudo mudou no Rio Grande do Sul. Desta vez, o choro virou alegria, o vilão — Enner Valência — passou a herói (embora novo gol incrivelmente perdido)…

O treinador bom de microfone sequer apareceu para a coletiva. O goleiro de Copa do Mundo levou frango. Coudet, enfim, venceu um Gre-Nal. Geromel e Kannemann, juntos, perderam.

O Futebol Além do Resultado, desta vez, vestiu “vermelho e branco”.

Até quando???

Só o tempo dirá…

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