coluna do silvestre

COM SIMULAÇÕES | As 10 grandes mudanças no trânsito de Gravataí

Empresa paulista que estuda o trânsito de Gravataí para sugerir as alterações que vão ser implantadas - ou não - faz simulações computadorizadas antes de apresentar os projetos

Com o devido respeito ao exagero do colunista, se a prefeitura colocar em prática, executar mesmo, até o final de dezembro de 2020 que é quando o atual governo termina, tudo que está planejado para o sistema de mobilidade urbana em Gravataí, alguém vai merecer uma estátua em praça pública.

Trata-se de uma revolução silenciosa que a administração vem travando contra a ‘imobilidade’ que caracterizava – e ainda caracteriza em alguns trechos – o trânsito da cidade, com gargalos conhecidos e motivos de reclamações frequentes dos moradores, sem que soluções eficazes fossem encontradas e, muito menos, aplicadas.

A ‘revolução’, em Gravataí, já dura cerca de três anos e meio, que é quando foi contratada a paulista Tranzum Consultoria de Trânsito, com expertise em projetos de resolutividade dos problemas de mobilidade de grandes cidades em vários estados do Brasil, algumas com população maior e detentoras de muito mais problemas que os da aldeia dos anjos.

São obras e mudanças que vêm sendo estudadas e implantadas aos poucos, por partes, embora integrem um amplo conjunto de medidas. Como, por exemplo, a duplicação da avenida Brasil, ou as mudanças na rótula da Jorge Amado-Nestor Moura Jardim-Estrada Vânius Abílio dos Santos-Avenida José Loureiro da Silva, além da mudança no sentido de várias ruas e implantação de nova e melhor sinalização.

Só para citar um exemplo que o consultor técnico e diretor da Tranzun, Alexandre zum Winkel, me contou ontem à noite durante o 1º Seminário de Trânsito de Gravataí: antes das alterações, que exigiram uma série de estudos e simulações até chegar ao modelo implantado, na rótula da Jorge Amado havia 93 pontos de conflitos capazes de enviar pedestres ou motoristas para o cemitério, que fica ao lado.

Era um caos que obrigava até mesmo – e há filmagens que comprovam isso – que motoristas de ônibus manobrassem, entre os carros, inclusive com marcha à ré, para acessar a estrada Vânius Abílio dos Santos quando vinham da Nestor Moura Jardim. Atualmente, com a fórmula encontrada, restam apenas três pontos que representam risco de acidentes.

E o número de colisões caiu praticamente a zero.

Se parar para avaliar como era, e como está, só não vê que está melhor quem não quer. Ou quem tem má disposição – para não dizer má vontade! – em relação ao governo.

 

As 10 principais obras

 

(O que já foi feito, está em execução ou está planejado segundo Alexandre zum Winkel, para melhorar o trânsito de Gravataí)

 

1

A duplicação da avenida Centenário, que está em andamento, entre a RS-118 e a rótula do Aldeião (acesso ao centro da cidade pela avenida Adolfo Inácio de Barcelos). Obra em andamento.

 

2

Redefinição do sistema de trânsito com implantação de conversão na forma de laço de quadra na chamada rótula da avenida Jorge Amado, próximo do Cemitério Municipal, já executada.

 

3

Duplicação da avenida Brasil, entre o Pronto Atendimento 24 Horas (esquina com a RS-118) e a rua Jorge Costa, altura da parada 72 da avenida Dorival de Oliveira. Obra já realizada.

 

4

Duplicação das pontes do Parque, sobre o Arroio dos Ferreiros, desafogando o tráfego entre o Parque dos Anjos e o centro da cidade ou à RS-118. O edital para contratação da empresa foi anunciado na terça-feira desta semana.

 

5

Revitalização dos passeios públicos na área central da cidade, promovendo a acessibilidade, segurança e melhor sinalização, projeto que ainda está em fase de finalização para ser colocado em execução nos próximos meses.

 

6

Redefinição e novo sistema de trânsito na rotatória do Aldeião, visando eliminar os gargalos que acontecem geralmente em horários de pico tanto para quem vem da avenida Adolfo Inácio quanto para quem trafega em ambos os sentidos das avenidas Centenário-Eli Correa. Projeto pronto e obras por serem executadas.

 

7

Redefinição e novo sistema de trânsito na rotatória da RS-118 e avenida Centenário, facilitando a vida de quem quer acessar o Distrito Industrial; atravessar a estrada para chegar à Freeway ou seguir em direção a Viamão; entrar na Centenário vindo da própria RS-118 ou do Distrito Industrial ou, por fim, simplesmente seguir adiante pela estrada que está sendo duplicada pelo governo do estado em direção a Sapucaia do Sul. Projeto pronto e obras por serem executadas.

 

8

Implantação da “onda verde” em grupos de semáforos na avenida Centenário e em todo trecho da avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, desde Cachoeirinha até o centro de Gravataí e, pela José Loureiro da Silva, até a esquina com a Adolfo Inácio de Barcelos, no centro da cidade. Projeto pronto e e prestes a ser executado.

 

9

Redefinição do sistema de trânsito e implantação de faixas-lombadas nas imediações das escolas da zona urbana, com um projeto de acordo com as necessidades de cada uma delas visando a segurança dos estudantes. Projeto pronto e obras por serem executadas.

 

10

Revitalização de trecho da Adolfo Inácio de Barcelos, nas imediações do CTG Aldeia dos Anjos, atendendo às necessidades que surgirão com o aumento no fluxo de veículos a partir da ocupação do Condomínio Seminário que está sendo construído. Projeto em fase de execução.

 

Clique na imagem abaixo para ver a simulação de como ficará o trânsito na rótula do Aldeião:

 

"ONDA VERDE"

 

O consultor técnico da Tranzum Consultoria de Trânsito, Alexandre zum Winkel, formado Especialista em Trânsito e Transporte pela Universidade de Berlim, na Alemanha, foi enfático, categórico e decisivo:

— Não tem como implantar uma onda verde em toda avenida Dorival como querem os motoristas!

Ele explicou que a aplicação da chamada "onda verde" numa via de duplo sentido, significa que em uma das direções estaria acontecendo o inverso, ou seja, uma "onda vermelha", o que inviabilizaria o fluxo dos veículos na pista oposta à da "onda verde".

 

Qual a solução?

 

A – Definir grupos de conjuntos semafóricos – de quatro a sete – para, nestes, programar a "onda verde" de forma que não cause grandes transtornos aos motoristas que trafegam em sentido contrário.

 

B – Definir o tempo de sinal verde conforme o horário do dia e de acordo com o fluxo de trânsito. Nas primeiras horas da manhã, no sentido Cachoeirinha-Porto Alegre, com tempos diferentes no decorrer do dia em ambos os sentidos e, no final da tarde, em direção ao centro de Gravataí.

 

C – Aplicar tempos reduzidos de sinal verde – em torno de 15 a 20 segundos – durante as madrugadas e conforme o cruzamento, para evitar que os condutores cometam infrações cruzando o sinal vermelho e a exposição dos motoristas ao risco de assaltos durante o tempo de espera para seguir adiante.

 

Como está?

 

O projeto está em fase de acabamento e pode ser implantado até o final deste ano.

 

Depende do quê?

 

A aplicação das "mini-ondas verdes" só depende da conclusão da instalação dos cabos de fibra ótica ligando cada um dos 30 conjuntos semafóricos à Central de Operações (CO), local onde será feito o monitoramento do trânsito em tempo real.

Na CO também será possível agir com rapidez em caso de pane de um conjunto semafórico, alterar a programação em situação de eventual acidente e programar a temporização dos sinais de acordo com  o horário do dia e o dia da semana.

 

Situação?

 

A fibra ótica já está sendo implantada.

O serviço deve estar concluído ainda neste mês nas 23 sinaleiras da Dorival de Oliveira até a esquina antes da Prefeitura – Loureiro da Silva com Adolfo Inácio – e nas 7 sinaleiras ao longo da (duplicada!) avenida Centenário entre a RS-118 e pontes do Parque.

 

Clique na imagem abaixo para ver a simulação de como ficará o trânsito na rótula de acesso ao Distrito Industrial:

 

CINCO PERGUNTAS PARA ALEXANDRE WILKEN

 

Os problemas de mobilidade de Gravataí que, pelo menos ao que parece para um leigo, são muitos, têm solução?

— Têm solução, sim, e está tendo solução. Posso falar com toda clareza, e isso foi uma determinação do prefeito Marco Alba, que fizemos e estamos fazendo planos exequíveis. E a cada projeto concluído estão sendo buscadas verbas para que ele seja implantado, como o das escolas. Pelo menos 80 escolas vão ganhar nova sinalização no seu entorno para aumentar a segurança da comunidade escolar e da região, além dos próprios condutores. Onde já foi feito isso, em qual lugar um projeto tão grande já foi feito? Na medida que as verbas existirem, forem destinadas ou disponibilizadas, os projetos que estão concluídos vão ser implantados. Posso assegurar que até o final desta gestão muita coisa ainda vai ser implantada, com um detalhe: muita coisa boa, para melhorar a vida das pessoas que vivem Gravataí no seu dia a dia.

 

Todo esse conjunto de projetos e obras que está em execução, mais o projetos anunciados, não é uma coisa utópica?

— Posso assegurar que isso que está aí, feito, e o que está programado para ser executado, é o mínimo que a cidade precisa. Não estamos fazendo nenhum prato sofisticado, é só o arroz com feijão, aquilo que a cidade precisa para funcionar com mais qualidade. Ou seja, Gravataí está fazendo o que já deveria ter sido feito há 20 ou 30 anos. Este trabalho de agora deveria estar pronto há 20 anos para que, agora, estivéssemos fazendo outras melhorias. Estamos, como se diz, tirando o atraso. É muito atraso deixado para trás, e isso custa tempo e dinheiro porque não é com um estalar de dedos que a gente pega uma máquina que estava parada, enferrujada, e bota para funcionar.

 

O que dizer às pessoas que se queixam, nas redes sociais principalmente, que o trânsito mudou na sua rua ou que um determinado acesso foi alterado?

— Sair da zona de conforto, para as pessoas de um modo geral, sempre é ruim. Mas eu pergunto: será que as pessoas que reclamam sabem que está sendo feito tudo isso? Elas têm uma visão que não é a do todo, porque não sabem tudo que está planejado, que já foi feito e que vai ser realizado, nem têm conhecimento do quanto de dinheiro está sendo investido. Quando a gente começou a mudança na Jorge Amado, na esquina do cemitério, foi uma reclamação só, uma gritaria geral, mas hoje é só elogios porque acabaram os congestionamentos, não houve mais acidentes e nem mortes.

 

A Tranzum está há três anos e meio trabalhando no planejamento do trânsito e mobilidade de Gravataí. Ainda há muito por fazer?

— As demandas são muitas, a lista é muito grande. O que estamos fazendo é definir, com os secretários e com o prefeito Marco Alba, quais são os pontos mais críticos. Daí começamos a trabalhar nestes pontos, porém sem esquecer que eles fazem parte da cidade como um todo. Quando pensamos nas soluções para determinados problemas, estamos pensando também no que esta solução vai causar para o que está à volta, e como vamos equacionar os problemas que surgirem à volta já vendo quais outras circunstâncias podem se criar para que também possamos encontrar uma forma de evita-las ou, se não for possível evitar, equacionar a situação.

 

Isso coloca o município numa posição de vanguarda, de pioneirismo, em relação às outras cidades do país, pelo que o senhor conhece?

— Gravataí hoje é exemplo de gestão da mobilidade para todo o estado, pelo menos, porque optou pelo caminho de fazer muito mesmo com pouco dinheiro. E o que é principal, com projeto! Pensando o futuro. Ao contrário de outras cidades em que não há investimento, nem projeto. Vão na base do ‘ah, vai lá e faz!’, e só fazem coisas erradas. Depois, para corrigir o que foi feito errado, é ainda mais caro.

 

: Alexandre zum Winkel tem formação na Universidade de Berlim, na Alemanha

 

GESTÃO DA MOBILIDADE

 

Quem fala é Alexandre:

 

— O que estamos colocando em prática em Gravataí é engenharia de tráfego, urbano e rodoviário. E desafio qualquer pessoa a encontrar uma cidade que seja, em todo o Rio Grande do Sul, na qual esteja sendo feito um trabalho de engenharia de tráfego e de busca da melhoria da mobilidade igual ao que estamos fazendo aqui.

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