A Região Porto Alegre, que inclui Gravataí, Cachoeirinha e Glorinha, não recorreu da reclassificação de bandeira laranja, de risco médio, para vermelha, de alto risco no mapa preliminar do Distanciamento Controlado do Governo do RS.
– Neste momento não temos indicadores positivos para contestar. Hoje nossa ocupação está acima de 90%. Nunca dissemos que a pandemia tinha acabado – já tinha antecipado o secretário da Saúde Jean Torman, sexta à noite, ao Seguinte:, em Abre, fecha e agora? Gravataí, Cachoeirinha e Glorinha sob bandeira vermelha; Sem UTIs, sem bar e sem futebol.
Fato é que a estabilidade nos indicadores de contágio e vidas perdidas é alta, naquilo que chamo de ‘platô da altura do Morro do Itacolomi'.
Siga a ‘ideologia dos números’ desta segunda.
Na Região Porto Alegre, com mais do que um Airbus de mortes, a ocupação de leitos de UTI está em 79,3%. Significa que há 198 vagas em uma região que, com 5 milhões de habitantes, é a região mais populosa do Rio Grande do Sul. Metade dos casos é de pacientes da COVID-19. Em julho, o índice era de 9,1%.
Olha o painel de controles da Prefeitura de Gravataí, conforme a última atualização, às 12h19 do domingo. Depois sigo.
Está pior do que mostrei há cinco dias em UTIs e emergências lotadas em Gravataí; O bar, o futebol e o Inimigo do Povo, cenário que era ainda mais crítico do que tratei há 10 dias em Nem fim da pandemia resolve emergência superlotada no Hospital de Gravataí.
A reclassificação – e essa ‘ideologia dos números’ – também pressiona o governo Marco Alba a recuar na ideia de propor ao Estado mais uma vez a cogestão da Região Porto Alegre, com objetivo de ampliar o número de trabalhadores na indústria e operar a reabertura de bares, pubs e futebol, desejo que tratei em Gravataí quer abrir bares, pubs e futebol; aula só em outubro.
Aulas também não. Apesar do governador Eduardo Leite manter, mesmo de forma não obrigatória, a proposta de voltar às aulas presenciais entre setembro e novembro, começando nesta terça pela educação infantil, a Região Porto Alegre resta de fora, já que a permissão serve apenas para regiões em bandeira laranja ou amarela.
Nesta segunda, O Globo publicou pesquisa encomendada junto ao Ibope que mostra que 72% dos brasileiros querem aulas presenciais apenas com vacina contra o coronavírus. No Rio Grande do Sul, 77%. Entre os professores e trabalhadores da educação de Gravataí, é quase 100%, conforme pesquisa que detalhei na semana passada em Aulas não!; o anticorpo da greve em Gravataí.
Reputo que a reclassificação, essa ‘ideologia dos números’ e, por analogia, a opinião de 8 a cada 10 gravataienses, também fulmina o ofício entregue sexta ao prefeito Marco Alba por Ana Cristina Pastro Pereira, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra), pedindo adoção de medidas mais brandas para indústria, além da volta às aulas, sob justificativa de que “a reivindicação atende em especial ao pedido de associados da indústria, diretamente afetada com a perda de mercado para concorrentes de outros estados, além do desabastecimento de algumas etapas da cadeia produtiva e do setor de educação (escolas particulares)”.
Ao fim, como Dr. Stockmann, de Um Inimigo do Povo, de Ibsen, sigo denunciando – em meio ao previsível "abre e logo fecha", no qual hoje vale a bandeira vermelha, de alto risco, cujas regras de operação estão em Baixe o decreto com novas regras para o comércio de Gravataí e O que funciona ou não em Cachoeirinha; humor controlado.
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