— A época do conceito de cidade dormitório é muito anterior ao que a gente vive hoje. As pessoas vinham para Gravataí apenas para dormir, não trabalhavam em Gravataí. Hoje existe uma quantidade enorme de postos de trabalho em Gravataí, condição que atende a essa demanda.
Ou seja, Gravataí não corre o risco de voltar a ser uma “cidade dormitório”, mesmo diante do grande número de loteamentos e condomínios em implantação, recentemente liberados ou em fase de licenciamento.
Nada a ver com o quadro que existia no período que antecedeu à instalação do Distrito Industrial de Gravataí com suas várias empresas no setor industrial e, principalmente, à nova realidade quem impôs à região o Condomínio Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag), onde está a montadora General Motos e suas quase 20 empresas sistemistas (fornecedoras de peças e equipamentos).
Aliás, de acordo com a explicação do engenheiro civil Cláudio Luiz Carvalho dos Santos, titular na secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDUR) desde 14 de outubro de 2011 – há oito anos recém completados – a área urbana de Gravataí é, toda ela, um grande loteamento.
E sobre esse grande loteamento que foi se consolidando aos poucos é que foram se definindo áreas residenciais, comerciais, industriais, e implantados – daí sim! – condomínios de diversos tipos, mas principalmente voltados às moradias e área industrial.
Cláudio é quem diz:
— Loteamento é a subdivisão de uma área em lotes destinados à edificação de qualquer natureza. Abriu uma rua e se instalou ali condições essenciais como redes de energia, de água e coletora de esgoto, já se tem um novo loteamento. É como surgem o que se convenciona chamar, depois, como vila ou bairro.
Cláudio deixa claro, porém, que todo e qualquer novo projeto de loteamento pelas regras atuais deve destinar 35% da área total para uso público. Entram nesse “uso público”, por exemplo, os espaços de lazer e o arruamento.
Já o condomínio – sob o ponto de vista técnico do termo – só existe quando uma mesma ‘coisa’ pertence a mais de uma pessoa cabendo a cada uma delas igual direito sobre o todo e sobre cada uma de suas partes.
Os condomínios podem ter várias formatações, segundo o engenheiro. Pode ser um condomínio de unidades autônomas de terrenos, ou de edilícios, que são as construções de edifícios ou de casas em fita (geminadas), ou de outras construções.
Engano 1
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Popularmente diz-se que um edifício residencial é um condomínio vertical. Convencionou-se chamar assim. Tecnicamente, entretanto, como a linha de corte entre as áreas habitáveis – os andares – é horizontal, trata-se de um condomínio horizontal.
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Já os condomínios residenciais formados por casas, geminadas ou não, são conhecidos como condomínios horizontais. A ideia popular é que se espalham em um mesmo plano, horizontal. Tecnicamente, como a linha de corte entre as áreas habitáveis é vertical (separação dos terrenos ou das casas geminadas), trata-se de um condomínio vertical.
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— Mas não vamos discutir por causa disso. Se as pessoas já se acostumaram a chamar edifício de condomínio vertical e um conjunto habitacional de condomínio horizontal, por que mudar isso? — diverte-se o engenheiro e secretário municipal Cláudio Santos.
Engano 2
: Engana-se quem chama de condomínio o Alphaville, que fica no bairro São Vicente, próximo do campus da Universidade Luterana do Brasul (Ulbra). O mesmo se aplica ao Prado Bairro-Cidade, em implantação na BR-290 (Freeway).
: De acordo com o secretário Cláudio, estes são dois exemplos de áreas que popularmente são confundidas com condomínios, mas são na realidade loteamentos que receberam permissão para ter áreas fechadas – cercadas – com concessão de páreas públicas.
: Um exemplo de condomínio de unidades autônomas, com cercamento, é o Cyrela Landscape Seminário, no centro da cidade, junto ao Seminário Menor São José. O empreendimento foi projetado e dispõe de áreas e serviços comuns, que são administrados em sua manutenção de forma condominial.
: Ou seja, neste caso, os custos com manutenção do arruamento, taxa de energia e outros espaços são pagos com os recursos obtidos a partir da taxa condominial. Traduzindo: cada dono de imóvel dentro do condomínio paga para dispor da segurança, ruas bem asfaltadas, áreas verdes e de lazer…
Confira o vídeo com a entrevista do secretário Cláudio Santos para o Seguinte: clica ndo na imagem abaixo. Depois, siga na matéria.
Razão do interesse
Somente neste ano, e até a semana passada, a Prefeitura de Gravataí havia recebido 11 pedidos de Declaração de Restrições Municipais, as DRMs, primeiro documento necessário para quem quer investir nesta área. Destes, quatro pedidos visam a implantação de condomínios, quatro para novos loteamentos e três para desmembramentos de áreas.
Nos últimos meses, de acordo com o secretário Cláudio Santos, 11 pedidos para abertura de loteamentos foram autorizados pela Prefeitura, e outros seis requerimentos ainda estão sob análise. Por outro lado, foram aprovados e liberados cinco novos condomínios e outros cinco ainda estão na fase de análise técnica para emissão de licença, ou não.
Mas qual a razão do interesse dos investidores e grandes construtoras e incorporadoras – pessoas físicas e jurídicas – por Gravataí? O engenheiro-secretário diz que isso é consequência de dois fatores: a disponibilidade de áreas e a localização estratégica do município. Na questão territorial, hoje, Gravataí é o único município com real disponibilidade de terras na Região Metropolitana.
A exceção é Viamão, que também tem atraído a atenção das grandes empresas que trabalham com implantação, instalação de venda de imóveis residenciais ou prédios comerciais.
Sobre a localização, Cláudio lembra que o município tem fácil acesso ao litoral e aos demais estados do Brasil a partir da BR-290 (Freeway), é cortado pela RS-118 que facilita o trânsito pela Região Metropolitana, está a minutos da capital e do aeroporto Salgado Filho, e tem as RS-020 (acesso à Serra) e RS-030 (acesso ao Litoral Norte) que completam a malha viária.
— O investidor procura aquilo que atende aos seus interesses, que é fazer dinheiro. E Gravataí tem, ainda, áreas urbanas não exploradas que podem suprir estes objetivos dos empreendedores — diz Cláudio.
A pergunta:
Seguinte: – Loteamentos como o Alphaville e o Prado Bairro-Cidade e o Condomínio Landscape Seminário, destinados a um público seleto e de alto padrão aquisitivo, representam o enriquecimento da população de Gravataí ou que a cidade é apenas uma opção de investimento para quem tem dinheiro.
Cláudio Santos – Em termos! Gravataí cresce diferentemente de outros municípios o que proporciona, ou favorece, o enriquecimento da população em todas as classes sociais. E o mercado está atento a isso e atendendo a todos os níveis de poder de compra com condomínios de alto padrão, prédios de alto padrão, imóveis do ‘Minha Casa, Minha Vida’ para a população de renda média e baixa e condomínios para este mesmo público, de médio a baixo padrão econômico.
Principais loteamentos dos últimos anos em Gravataí:
– Toniolo Busnello, na RS-118
– Moradas da Olaria, na Morada do Vale
– VP Negócios Imobiliários, na avenida Ely Corrêa
– Prado Bairro-Cidade, na BR-290 (Freeway)
– Villagio Palermo, na estrada Lino Estácio dos Santos
– Reserva Dom Feliciano
– Reserva Bela Vista
– Alphaville III
– Garden Ville, na estrada Otávio Scvhemes
Principais condomínios dos últimos anos em Gravataí:
– Cyrela Landscape Seminário, na avenida Adolfo Inácio Barcelos
– Residencial Primavera, na RS-118
– Vale das Cerejeiras, no Parque da Matriz III
– Tenda Negócios Imobiliários (ainda sem nome comercial), no Parque da Matriz III
– Residencial Aldeia do Parque, na rua Alcides Gomes
– Província dei Genova – Condomínios Villa Lucchesi
– Província do Pordenone – Condomínios Villa Lucchesi
– Província Di Lucca – Condomínios Villa Lucchesi
– Província Di Padova – Condomínios Villa Lucchesi
– Residencial Águas Claras
– Condomínio Pampa, na Rua Tancredo Neves
IMPORTANTE SABER
A área da General Motors é um grande condomínio industrial, assim definido em lei específica com o objetivo de atender às necessidades de instalação da montadora em solo gravataiense.
O município possui lei regulamentando a instalação de condomínios industriais, definidos por Cláudio Santos como empreendimentos que reúnem pequenas ou médias indústrias em uma mesma área territorial ou edificação.
Próxima década
Considerando o interesse manifestado por empresas do ramo, as solicitações de licença encaminhadas ou em vias de apresentação, mais os investimentos que estão sendo feitos em loteamentos e condomínios, principalmente os residenciais, o secretário Cláudio não tem dúvida: Gravataí vai dar um salto gigante nos próximos 10 anos.
Entre outros fatores que contribuem para esta expectativa altamente positiva, Cláudio afirma que a estrutura administrativa de Gravataí está “anos-luz” a frente dos demais municípios. Isso favorece a qualquer gestor futuro que assumir a prefeitura.
— Ele vai ter uma base de informação jamais vista em lugar algum, que vai lhe dar condições de saber exatamente o que tem que fazer e onde tem que fazer.





