A Delegacia de Homicídios de São Leopoldo, comandada pelo delegado Alexandre Quintão, ainda não tem suspeitos da autoria da execução do jovem Gabriel Villas Boas Minossi, de 19 anos e morador de Cachoeirinha, executado na madrugada de hoje (9/11) no Hospital Centenário, naquela cidade do Vale dos Sinos.
Gabriel foi morto por engano, de acordo com a polícia e seus familiares, por volta das 4h30min desta madrugada, quando pelo menos quatro homens fortemente armados invadiram a enfermaria do hospital. Além de Gabriel, mais duas pessoas foram atingidas pelos disparos, mas não correm risco de morte.
Conforme o delegado Alexandre, pelo menos 20 tiros foram desferidos dentro do hospital. Os bandidos teriam fugido no mesmo carro em que chegaram, um Ford modelo Focus, de cor preta, que ficou com o motor ligado na entrada da emergência. Os homens renderam funcionários e seguranças do Centenário.
Endereço errado
Segundo o delegado, os tiros que atingiram o morador do Parque da Matriz tinham como alvo outra pessoa, identificada como Alex Júnior Abreu Tubiana, de 28 anos, com duas passagens pela Polícia por crimes de homicídio e que estava em liberdade desde o dia 26 de outubro, há cerca de duas semanas, portanto.
Tubiana deu entrada no Hospital Centenário, baleado, na quarta-feira, e ontem ele mesmo disse aos policiais que estava correndo risco. Ele se encontrava na mesma enfermaria en que Gabriel estava, e ontem à noite foi transferido para outra ala do hospital. Os atiradores desta madrugada não sabiam desta transferência e executaram Gabriel, achando que era Alex Tubiana.
Sem policiamento
O pai de Gabriel, Marcelo Minossi, disse a uma emissora de rádio da capital que desde ontem à tarde havia um temor de funcionários e seguranças do hospital diante das informações de que os bandidos iriam invadir para executar Alex Tubiana. Mesmo assim, segundo ele, não havia qualquer policiamento dentro do Centenário.
Um tio do jovem executado e que também mora em Cachoeirinha lamentou a morte do rapaz, com quem mantinha contatos frequentes.
— Ele se acidentou com a moto quando estava indo trabalhar, na semana passada, e o hospital mais próximo era o Centenário. Depois das cirurgias – ele sofreu fraturas nas pernas – deveria ter recebido alta ontem, mas por causa da pressão alta ficaria internado mais alguns dias para observação — contou o tio.
De acordo com Marcelo Minossi, uma irmã sua, e madrinha de seu filho Gabriel, passava a noite com o rapaz quando houve a invasão e os disparos.
— Ela não ficou ferida, acordou com os tiros. O meu filho deu os últimos suspiros nos braços da minha irmã — contou Marcelo em entrevista à emissora de Porto Alegre agora pela manhã.
O rapaz era filho de Indianara Martins Vilas Boas e Marcelo Minossi, e tinha mais duas irmãs. Era frequentador de centros de tradições gauchescas, tocava violão, e gostava de motociclismo. Era considerado um jovem extrovertido e muito ligado à família.
Os detalhes do sepultamento de Gabriel ainda não foram divulgados.
Confira os vídeos divulgados pela Polícia Civil: