na copa

COM VÍDEO | O balão da Costa Rica em Gravataí

Prefeito Marco Alba vestiu a camiseta da Costa Rica no primeiro encontro | DIVULGAÇÃO

Não ficou ressentimento. O presidente do Cerâmica, Décio Becker, garante.

— Não sequei a Costa Rica em 2014, e não seco eles. Era uma escolha deles. Mas não nos escolheram e não deram nenhuma satisfação — conta.

É aquela coisa, ao melhor estilo de um bolero, ou de um calipso, à moda costarriquenha, quando a bola rolar às 9h de sexta, no horário de Brasília, lá em São Petersburgo, na Rússia, com a Seleção Brasileira de um lado e a Costa Rica de outro, alguns corações em Gravataí terão, sim, aquela pontinha de sofrência. Resultado do balão que o país da América Central deu na cidade na fase de preparação para a última Copa.

 

 

Como aquele pretendente que não se deu bem, e disfarça com o desdém da música latina, Becker garante:

— Não era para a Costa Rica. Estávamos prontos para receber alguma seleção. Eles vieram aqui, mas poderia ser qualquer outra equipe que tivesse jogo marcado em Porto Alegre.

Era manhã de sábado, dia 26 de outubro de 2013, quando o prefeito Marco Alba (PMDB) chegou a vestir a camiseta da Costa Rica como quem faz aquele agrado no primeiro encontro. Mas a Costa Rica nunca mais ligou. A camiseta havia sido um presente da comitiva costarriquenha, hospedada no Hotel Intercity Premium desde a noite daquela sexta. Depois de visitarem Caxias do Sul, foram recebidos por Alba e a primeira dama no hotel onde ficariam no final de semana com o objetivo de conhecerem a Gravataí que se candidatava a uma das cidades para receber seleções na copa brasileira.

— Fizemos toda a lição de casa. O estádio (Antônio Vieira Ramos,o Vieirão) recebeu adaptações, o hotel (Intercity) seria fechado para a seleção que escolhesse Gravataí. Até a Brigada Militar já havia criado o esquema de segurança completo para o deslocamento da delegação da cidade para o Estádio Beira-Rio e para o aeroporto. Eu estava mesmo muito esperançoso de que conseguiríamos — conta Becker.

 

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Pouco mais de um ano antes, havia sido criado o Comitê Gestor Local da Copa. Gravataí cumpriu todas as obrigações definidas pela FIFA e entregou o seu portfólio. Não, não foi a única cidade que passou batida. Outras oito gaúchas — incluindo Cachoeirinha — não foram escolhidas pelas 32 seleções em 2014. Mas Gravataí chegou a sentir o cheirinho das tortilhas costarriquenhas. Depois de visitarem a cidade, porém, os Ticos, como o time de futebol do país é apelidado, hospedaram-se em Santos.

— No momento da visita, mostramos toda a estrutura do estádio e eles ficaram bem impressionados com a estrutura e a acolhida que tiveram. Inclusive, depois tivemos um almoço bem elaborado no Intercity — recorda Décio Becker.

Pudera. O Cerâmica seria o centro desta permanênica pretendida por Gravataí. Um estádio com capacidade para oito mil pessoas, academia, salas de fisioterapia e um salão de eventos que poderia ser transformado em centro de imprensa. O Paladino seria uma espécie de estrutura auxiliar, com piscinas, ginásio e academia. Unindo os dois clubes ao hotel, a seleção que ficasse por aqui não gastaria mais do que cinco minutos em deslocamentos internos pela cidade.

Ah, e como em todo o Brasil, aqui também teve uma das obras prometidas e ainda não concluídas. A duplicação da RS-118 fazia parte do pacote que a Região Metropolitana pretendia vender a seleções interessadas como uma facilidade para a mobilidade. Ainda assim, Viamão, com o hotel Vila Ventura, foi beneficiada. Equador foi a única seleção hospedada no Rio Grande do Sul.

No fim, para Gravataí, foi um balão em alto estilo. Entre os integrantes da comitiva que veio avaliar a cidade candidata, estavam a comissão técnica da Costa Rica, dirigentes da confederação daquele país e até um representante do governo. Daquele 26 de outubro de cinco anos atrás, ficou a foto, com o prefeito vestindo a camiseta dos Ticos. Como aquela lembrança do relacionamento que se tenta esconder, mas às vezes dá aquela espiadinha.

 

: Neymar sentiu o pé ou o tornozelo direito durante o treino de terça | LUCAS FIGUEIREDO CBF

 

Mistério depois da estreia ruim

 

Em campo, lá em São Petersburgo, será momento de reencontro. Das cinco participações anteriores da Costa Rica em copas, duas vezes — em 1990 e 2002 — encontraram o Brasil na primeira fase. Ambas com vitórias da Seleção Brasileira. Mas, se depender do histórico da Copa de 2014, aquela do balão em Gravataí, os comandados de Tite não terão moleza. A Costa Rica foi a grande sensação nos campos brasileiros. Só parou nas quartas de final, ao ser batida nos pênaltis pela Holanda.

Na primeira rodada, porém, os costarriquenhos não repetiram o feito de quatro anos atrás. Foram derrotados pela Sérvia e, nesta sexta, jogam provavelmente suas últimas fichas na esperança de avançar à segunda fase. 

A situação do Brasil não é muito diferente. Depois de uma estreia sonolenta, o time de Tite ficou devendo o futebol apresentado na fase de preparação. Com um ponto na tabela, a vitória nesta sexta é fundamental para tranquilizar a caminhada para a classificação da Seleção Brasileira. 

Diferente da estreia, desta vez, tudo é mistério por parte da CBF. Afastado do treino de terça, Neymar passou a ser dúvida e o último treino, nesta quarta, foi fechado.

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