Aos 38 anos de idade, o portoalegrense de nascimento e gravataiense – pelos laços familiares e por ter crescido na aldeia – Luis Felipe Ducati, é um atípico profissional de ascensão meteórica que, dos plantões como corretor de imóveis passou a dono de hospital ao lado de mais dois sócios.
Felipe, filho do empreendedor Werner Ducati, gringo de Nova Prata que faleceu em 2014, e de Márcia Freitas, começou a trabalhar no ramo imobiliário por influência do pai, que fundou com Romeu Pessato a Imobiliária Pessato, no centro de Gravataí. Desde criança, ainda com calças curtas, frequentava a empresa.
Foi o que ele contou nesta semana quando recebeu a reportagem do Seguinte: em uma franciscana (ou espartana, como queiram!) sala no suntuoso Blanc Medplex Hospital, localizado no bairro Santana, na capital dos gaúchos. Hospital, aliás, que recém completou seis meses de atividades – foi inaugurado em junho passado.
O guri que jogou bola no bairro Dom Feliciano em Gravataí, onde morou antes de mudar para o condomínio Paragem Verdes Campos, à margem da Freeway, formou-se em Direito na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), no campus que fica aqui na cidade mesmo. Mas nunca exerceu a profissão.
Tem mais um irmão e uma irmã, ambos bacharéis como ele, só que estes chegaram a exercer a advocacia. Mas também acabaram enveredando para o ramo da locação e compra e venda de imóveis. Aliás, uma atividade que parece correr nas veias dos Ducati. No caso de Felipe, com mais vigor ainda.
CEO nacional
Depois de ser admitido na Pessato para ser corretor e de negociar imóveis nos quatro cantos de Gravataí e região, cumprir plantões nos finais de semana e seguir a escala como um dos demais colaboradores da empresa, Felipe tornou-se executivo em uma incorporadora do ramo imobiliário em Porto Alegre, em 2002.
Depois de dois anos, visionário, organizado, focado e com inegável talento empreendedor, fundou a Ducati Imóveis em Porto Alegre. Passou a realizar negócios imobiliários em todo o estado e, em pouco tempo, tornou-se a maior empresa do ramo nos três estados do Sul do Brasil.
Tanto que atraiu os olhares de uma grande empresa nacional do ramo, com sede em São Paulo, para quem vender 51% da empresa que havia fundado. Mas continuou no comando exercendo a presidência da Ducati do alto dos 49% que manteve em seu poder, na negociação.
Foi um negócio que comandou até 2015 quando, com bilhete comprado para voos mais altos, vendeu a parte que possuía na Ducati Imóveis e se tornou CEO (diretor geral, diretor executivo ou chefe executivo em tradução livre) da Lopes Brasil, ou LPS Brasil Consultoria de Imóveis, a maior do ramo em terras verde-amarelas.
: Felipe, em sua sala no Blanc Medplex Hospital, em Porto Alegre
Gestão de pessoas
O marido da Eliza, médica, e pai da Isabela que vai completar dois anos em 28 de abril que vem, se mostra uma pessoa metódica e organizada. Que sabe o que está fazendo e tem definida a meta de onde quer chegar. A organização de uma empresa alicerçada em dados estatísticos e a gestão de pessoas são fundamentais na visão de Felipe.
São dois quesitos capazes de alavancar um negócio e torna-lo exitoso. Ou suficientes para provocar a derrocada se não forem levados a sério, ou forem mal interpretados e nem tão bem executados. O foco de Felipe provocaram nova reviravolta na vida da família que estava morando em São Paulo, já que ele comandava a Lopes.
Hoje ele conta que a esposa Elisa, antes, relutou em mudar para a maior metrópole da América Latina. Depois de um tempo em São Paulo, resistiu à ideia de retornar para o Rio Grande do Sul no começo deste ano para dar forma a um empreendimento que, com mais dois investidores, vinha sendo minuciosamente planejado desde 2015.
E surgiu o Blanc Medplex, o único hospital do Brasil focado na realização de cirurgias, com ênfase nas internações de curta duração e voltado – literalmente! – a um público classe A, de alto poder aquisitivo. O próprio Felipe conta que os serviços são todos custeados pelo paciente ou pelo plano de saúde que este possuir.
Viagem e churrasco
Sem gravata, mangas arregaçadas, Felipe conta com desenvoltura que tem hábitos simples, apesar da sua situação financeira, privilegiada. O que não quer dizer que não gosta de desfrutar das coisas boas que a vida oferece e o dinheiro pode bancar. Vinho, por exemplo, prefere os chilenos. Na culinária, não dispensa um bom churrasco.
Outra das suas preferências é o programa em família, viajar quando pode – a Europa é um destino preferido e, em breve, a Disneylândia entrará no roteiro por causa da filha Isabela. Gosta de assistir séries na televisão e diz que não tem ido ao cinema pela facilidade que a Netflix, por exemplo.
— Sou um cara que gosta de comer churrasco e não abro mão do arroz com feijão. Não gosto muito é de comer em restaurante onde servem pratos muito requintados, com um pedacinho de carne bem pequeno com uma florzinha em cima… Gosto de comida boa e sem muita frescura — afirma.
Sobre Gravataí, onde estou nas escolas Dom Feliciano e Gensa, Felipe diz que tem muitos amigos, além dos familiares que ainda residem e trabalham na aldeia. A mãe, Márcia, e a irmã, Bruna, moram e trabalham na cidade. O irmão, Fernando, reside em Cachoeirinha.
A LEITURA
— Gosto muito de ler, na minha vida li muitos livros até hoje e isso foi muito importante, fundamental até, para o desenvolvimento da minha vida profissional. E recomendo: quem puder que busque ler bons livros, sejam livros da sua área de atuação e até os que não são livros técnicos.
O CONSELHO
Seguinte: – Com a experiência que tens no mercado e como empreendedor de sucesso, o que podes dizer para alguém que está entrando no mercado agora e tem alguma reserva (financeira) para investir)?
Luis Felipe Ducati – Primeiro, buscar fazer aquilo que gosta. Isso é fundamental. A pessoa tem que trabalhar naquilo que lhe faz bem, naquilo em que se sente bem. O segundo ponto, determinante, é saber onde quer chegar, tem que ter um objetivo de vida definido, tanto pessoal quanto profissional.
Confira no vídeo abaixo a conversa de Luis Felipe Ducati com a reportagem do Seguinte:.