Quando a bola rolar às 15h, no nosso horário, desta quarta para Brasil e Sérvia, se por aqui as mesas de bar tomar o lugar dos escritórios, tenha certeza de que lá por Belgrado, a capital da Sérvia, o pessoal estará empinando a Sljivovica. Hein?
É isso, a cachaça, feita a base de ameixa, é um símbolo do país. Tanto quanto o nosso butiazinho aqui por Gravataí. O Seguinte: foi a uma tenda às margens da RS-020, do Josemárcio Rodriges, 41 anos, que há 21 trabalha com a família na beira da estrada. Ele garante que, entre todas as cachaças que oferece por ali, a de butiá é a preferência disparada.
— Sai muito bem e é a melhor mesmo — brinca.
A cada verão, eles recebem carregamentos da fruta típica do Sul. Para um litro da bebida, é preciso em torno de 400g do butiá em infusão. Em torno de um mês curtindo na bebida, já fica bem bom. Em seis meses, fica perfeita.
— É bom uma cachacinha de butiá para o frio, para conversar com os amigos, para a gripe — conta o Josemárcio.
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Deu sono na estreia do Brasil e do Miguel
Pois a Sljivovica, garantem os sérvios, cura doenças e serve para brindar em qualquer ocasião de alegria. O país tem em torno de 40 milhões de ameixeiras, e pelo menos 80% da produção da fruta vai justamente para a fabricação da bebida. Não há família na zona rural do país que não tenha seu próprio alambique.
Bom, se o nosso butiá está pronto já alguns meses depois, a bebida típica da Sérvia é conservada em barril e pode curtir até uns 30 anos para ficar boa. E para fazer um litro da bebida, são necessários 10kg de ameixa.
— Ih, isso dava uns 30 litros de butiá! — brinca o Josemárcio.
Feridas da guerra
A Sljivovica é o traço de alegria na cultura de um povo ainda machucado pela mais sangrenta guerra europeia desde a Segunda Guerra Mundial. Após a Guerra dos Bálcãs, a Iugoslávia acabou. Desde então, o país participou, em 2006 da Copa do Mundo como Sérvia e Montenegro. Depois, já como Sérvia.
Neste mundial, depois de uma estreia vitoriosa contra a Costa Rica, os sérvios sofreram um revés contra a Suíça. Perderam em campo e tiveram remexidas diferenças do passado, com a comemoração dos jogadores da Seleção Suíça, de origem kosovar e albanesa — dois povos oprimidos pela Sérvia.
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Uma decisão para o Brasil
Na tabela do grupo, Brasil e Sérvia têm nesta partida uma decisão. Aos sérvios, só a vitória interessa para avançar à segunda fase. Para o time de Tite, basta o empate para garantir a classificação, mas uma vitória é encarada como o remédio para a turbulência inicial na Copa do Mundo da Rússia.
Com a lesão de Douglas Costa, William pode voltar ao time, ou dar lugar a Renato Augusto, que participou do último treino em Sochi. Quem também apareceu entre os titulares foi o lateral-direito Danilo. Ele atuou no empate da estreia contra a Suíça e, contra a Costa Rica, jogou Fagner.