coluna do silvestre

COM VÍDEO | Uma hora com Luciano ’Havan’ Hang em Gravataí

Empresário Luciano Hang, com o prefeito Marco Alba. Passagem por Gravataí incluiu visita à Acigra e ao local onde vai ser construída a filial da Havan na cidade

E o dono da Havan veio mesmo a Gravataí. Foi hoje pela manhã.

Luciano Hang chegou em Porto Alegre a bordo do seu Bombardier Global 6000, um jatinho pintado com as cores do Brasil que comprou pela bagatela de aproximadamente R$ 250 milhões, acompanhado pelo irmão Nilton Hang, diretor do grupo e seu braço direito, mais um séquito de colaboradores de alta patente.

Passou rapidamente por Viamão para ver o andamento das obras da loja que vai inaugurar no próximo dia 30 de novembro, a primeira da Região Metropolitana, e correu para Gravataí a fim de receber das mãos do prefeito Marco Alba (MDB) o “Alvará de Licença para Execução de Obra”, para construção da Havan na cidade.

Pelo documento, trata-se de uma “edificação comercial” com 8.291,29 metros quadrados, na rua – ou estrada – Otávio Schemes, junto ao Parque de Eventos Ireno Michels e quase esquina com a RS-118. Obras que devem começar, segundo Nilton Hang, em no máximo 60 dias.

— Depois que abrir o primeiro furo no chão, em 100 dias está pronta a obra — assegurou o diretor da Havan.

A passagem de Luciano Hang pelo centro de Gravataí durou 1 hora e 10 minutos. Faltando 15 minutos para as 11h a reportagem do Seguinte: encontrou com ele, recém chegado e já na frente da Prefeitura, cumprimentando pessoas, falando alto, posando para fotos, fazendo selfies com  celulares de fãs e respondendo em alto e bom tom:

— Obrigado pelo carinho, muito obrigado. Estamos chegando e contamos com o apoio de todos vocês — disse repetidas vezes enquanto apertava mãos e distribuía abraços.

Um legítimo pop star do meio empresarial, facilmente reconhecível pelas roupas em verde amarelo, sua reluzente deficiência capilar e a forma extravagante de falar alto o que pensa e o que defende enquanto homem de negócios ou como defensor ferrenho do que chama de “nacionalismo necessário” e do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

 

O que o Seguinte: viu

 

No hall da sede do Executivo, no térreo, Hang e staff subiram as escadas enquanto os pobres mortais da imprensa foram barrados. “Desculpa, mas é ordem do gabinete”, disse uma simpática guarda municipal que até café providenciou para o autor desta matéria. Mas o impedimento não chegou a 10 minutos.

Foi o tempo de uma breve reunião de Luciano Hang com Marco Alba. Ambos cercados por seus assessores.

Quando os jornalistas entraram na sala do prefeito Hang e Alba estavam a postos para fotos e cumprimentos, mais discursos e novos cumprimentos, além, claro, da entrega do documento que autoriza a empresa que nasceu em Brusque, Santa Catarina, a construir sua unidade de Gravataí, investimento de cerca de R$ 40 milhões e geração de 200 empregos diretos.

— Isso aqui é prova da competência — falou Luciano Hang, com o alvará em mãos, elogiando a agilidade com que a administração municipal emitiu o documento.

— Estou propondo até que seja criado um “atrasômetro”, para medir o que demoram e enrolam em alguns lugares para emitir um papel que é só ir ali, imprimir e assinar — disse, criticando a burocracia que já enfrentou em outras cidades nas quais pretendeu investir.

No mesmo ato, Hang conseguiu uma proeza: falar mais que o prefeito Marco Alba. Isso que o chefe do Executivo contou para o empresário o que se tornou mantra em suas falas oficiais: como encontrou a prefeitura – economicamente falando – quando assumiu em janeiro de 2013, quanto pagou de contas, quanto ainda tem por pagar…

O prefeito Marco Alba entregou em “primeira mão” para o empresário Luciano Hang um CD, ou compact disc, ou disco compacto, com vídeo sobre Gravataí, com dados gerais sobre o município como localização geográfica, dados populacionais, acessos viários. Uma apresentação da cidade que tem – também! – a pretensão de captar investidores.

— Nós não entregamos para ninguém, o senhor é o primeiro a receber. Não foi colocado em rede social e nem foi divulgado em lugar algum, só para mim! — disse o prefeito, sobre o vídeo.

Luciano Hang também “rasgou seda” elogiando o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul:

— É o Corpo de Bombeiros mais moderno do país. Você entra com o pedido e rapidamente eles liberam a licença com tudo aprovado, o alvará também sai rápido, ou seja: eles acreditam no cidadão. Isso se chama responsabilidade compartilhada — destacou o homem com tênis e camiseta amarela e calças verdes.

 

Felicidade geral

 

O empresário Luciano Hang assegurou que vai fazer uma loja, na rua Otávio Schemes, que vai “orgulhar” Gravataí. Que está chegando à cidade para somar e que acredita que vai ser feliz com o investimento que está realizando na aldeia. E que ele sendo feliz, “o povo de Gravataí também será”.

 

Posições radicais

 

— Eu sou contra, acho que tem que acabar com os quebra-molas. Uma cidade não pode ter quebra molas, isso é um atestado de que o poder público é incompetente!

 

— Tem que terminar com o pichador. Pichador é bandido. O pai é culpado, a escola é culpada e o poder público que deixa pichar é culpado. Eu tenho 133 lojas e nenhuma está pichada. Por que? Pichou, pintou, pichou, pintou… Nós cansamos o pichador!

 

— Onde é que se viu fazer estradas e não dar acesso para os lados, facilitar para que quem quer empreender construa uma loja, uma oficina ou ponha seu negócio na beira da estrada? Só aqui no Brasil fazem isso. Isso não pode continuar, tem que mudar essa visão de fazer estrada reta.

 

PARA SABER

 

O diretor da Comercial Zaffari, de Passo Fundo, Sérgio Zaffari, não compareceu nesta quinta-feira ao gabinete do prefeito Marco Alba para receber o alvará que autoriza a construção do seu Stock Center ao lado da filial da Lojas Havan em Gravataí. Segundo o próprio prefeito, o documento será entregue posteriormente, mas ainda não há data definida para que isso aconteça.

 

Confira o vídeo com o que aconteceu na Preefeitura hoje pela manhã durante a passagem do empresário Luciano Hang por Gravataí. Clique na imagem abaixo, depois siga na matéria.

 

 

Seis mil a mais

 

1

Na aldeia dos anjos, a Loja Havan vai ter uma área de vendas de aproximadamente 6.500 metros quadrados A construção tem 8.200 metros de área construída. O estacionamento é para 500 automóveis, mais 400 vagas no Stock Center. Sem cobranças para estacionar o carro.

 

2

Serão gerados em torno de 200 empregos e a prioridade é para a mão de obra local.

— Vai faltar sábado! — disse, ao anunciar que até o final do ano a rede vai ganhar uma nova filial por semana.

 

3

Com 132 lojas em funcionamento, neste sábado ele inaugura a filial de número 133. E anunciou que em Viamão o corte da fita vai ser no dia 30 de novembro, “embora quem passe pelo local não acredite que em 40 dias nós vamos estar com a loja pronta”.

 

4

Até o final deste ano  a Havan projeta ter 142 filiais em todo o Brasil. E Luciano Hang anunciou no encontro de hoje em Gravataí que até dezembro do ano que vem, 2020, quer abrir as portas de mais umas 20 ou 25 lojas no país.

 

5

A pretensão do empresário é fechar o ano de 2019 com um total de 22 mil colaboradores. São seis mil a mais do total de funcionário que a rede de Lojas Havan possuía em dezembro passado.

 

O sindicato e a Havan

 

O presidente da rede Havan disse que tem firmado acordo com os sindicatos dos comerciários de todas as cidades onde está abrindo suas filiais, viabilizando a abertura das lojas também nos sábados e domingos, além dos feriados, aos consumidores.

Em Gravataí, garantiu, já há acordo estabelecido e que está tudo certo para que a Havan abra as portas “quando as pessoas quiserem comprar, e não quando a gente quer vender”.

E assegurou que se houver algum contratempo no entendimento com os comerciários, não lhe custa desistir da cidade.

— Se eu não chegar num acordo, a loja pode estar montada, eu desmonto e vou embora. Para mim, uma loja a mais, uma loja a menos, não me importa. Eu arranco a loja e vou embora.

E foi duro na crítica:

— E o culpado disso é o presidente do sindicato (disse, generalizando os sindicatos) que só pensa nele e na família dele. Hoje as pessoas compram pela internet 24 horas por dia, 365 dias por ano, mercadoria do mundo todo. Ou seja: se você não abrir o comércio na sua cidade, não gera emprego e não gera tributos na sua cidade.

Hang disse que a Havan, desde que foi inaugurada a primeira loja há 25 anos, abre as portas aos seus clientes aos sábados, domingos e feriados. E que isso é uma “cultura” que a empresa está introduzindo no Rio Grande do Sul onde, segundo disse ter percebido, algumas cidades param ao meio dia de sábado e só retornam às atividades comerciais nas segundas-feiras pela manhã.

 

Em fotos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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