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COM VÍDEO | Uma porta aberta na carente e conflagrada Tom Jobim

Casal Celene e Luis Seixas comanda o Grupo de Apoio à Infância e Adolescência (Gaia) Atitude Social, promovendo a inclusão e o bem estar, trabalhando pela capacitação e geração de renda e cuidando dos cidadãos do futuro na vila Tão Jobim.

Trabalhar em uma área das mais conflagradas da cidade não é algo que muita gente aceite fazer, mesmo sendo remunerada. Local onde ainda hoje falta tudo. Calçamento, saneamento, atenção à saúde e à educação, policiamento… Atuar numa área perigosa como a vila Tom Jobim, de Gravataí, é considerada, sem receber nada por isso, muito menos.

Ao contrário, tirando dinheiro do bolso, e dinheiro que não é pouco, nem pensar, diria a maioria das pessoas que está lendo agora esta reportagem.  Na Tom Jobim? Credo! Região que já foi palco de crimes violentos, que já esteve sob o domínio de patrões do tráfico, onde o arrombamento de residências e as agressões já foram muito mais frequentes? Nunca!

Não é o que pensa o casal Pedro Luis da Silva Seixas e sua mulher Celene Felipin Seixas. Ele, natural de Caçapava do Sul, Assistente Social por formação, e ela nascida em Catuípe, educadora social, usam parte do tempo que poderiam dedicar ao lazer e ao convívio com familiares e amigos, e puxam do próprio bolso boa parte do dinheiro com que prestam serviços a parte dos moradores da Tom Jobim.

Questionados se não há riscos em estar tão dentro da comunidade e próximos do que seria uma área de risco, são enfáticos quando garante que não.

— Me sinto mais seguro, aqui, do que no bairro onde morro. A sede da nossa entidade pode passar a noite com a porta só escorada, ninguém mexe — garante Luis Seixas, um ex-policial reformado da briosa Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

 

Os casais da ONG

 

A entidade a que se refere Luis é a Gaia Atitude Social. Gaia, sigla de Grupo de Apoio à Infância e Adolescência. Atitude Social, associação oficialmente criada em 13 de abril de 2013 e com a qual a Gaia, fundada em 1º de setembro de 2008, se fundiu em 2014. A Gaia foi criada no centro de Gravataí e mudou para a Tom Jobim quando assumiu a estrutura e o legado da Atitude Social que estava encerrando suas atividades.

Desde que houve a união o casal Luis e Celene toca a associação, que funciona como Organização Não Governamental (ONG) com o apoio, digamos, mais direto, de outro casal: Denison Hugendobler e Lisiane Velho. No início, eram 12 pessoas trabalhando para promover a inclusão, reduzir a violência e transmitir conhecimentos aos moradores do entorno.

Hoje, de acordo Celene Felipin, só oficineiros são 13 que trabalham as mais diversas áreas e atividades com um público das mais variadas faixas etárias. Desde crianças aos mais idosos, homens e mulheres, empregados e desempregados, da extrema pobreza à pobreza quase extrema.

 

Densidade populacional

 

O casal, envolvido diretamente com trabalho social há aproximadamente 14 anos, estufa o peito ao dizer que atualmente são cerca de 70 as famílias cadastradas, e que isso representa uma população de 450 a 500 pessoas. A grande maioria, em torno de 70%, formada por crianças.

O alto índice de pessoas em uma mesma família (que resultam num número bastante elevado) é explicado por Seixas como consequência do ambiente em que estão inseridas estas famílias.

— Aqui mora gente que já criou os filhos, cinco, seis filhos ou mais, e que hoje cria os netos porque seus filhos, pais destas crianças, precisam trabalhar. Alguns estão no sistema carcerário. Outros simplesmente abandonaram as crianças. Uns estão mortos… Tem casa aqui no bairro que chega a ter nove ou 10 pessoas, quase todas elas crianças — conta Seixas.

O objetivo do Gaia Atitude Social não poderia ser outro, segundo o casal Luis Seixa e Celeni: promover a inclusão, oportunizar bem-estar e formar cidadãos. Para cumprir a missão, ambos lembram que a associação possui várias parcerias, especialmente com empresas de Gravataí, que doam principalmente materiais. Como computadores, móveis, televisores.

 

O dinheiro da Sogra

 

A casa que serve de sete para o Gaia Atitude Social foi comprada em 1º de dezembro de 2015. Foram 60 parcelas de R$ 500,00 cada uma e que, segundo Celene Felipin Seixas, foram pagas de forma antecipada. O dinheiro para cobrir os custos vem da conta dos Seixas e demais integrantes da diretoria, dos colaboradores mais fiéis, de organizações comerciais, industriais e de serviços.

E das promoções que são realizadas justamente com o fim de… angariar fundos!

— Felizmente temos muitas e boas parcerias, principalmente com empresas, e sempre que organizamos alguma atividade a comunidade responde positivamente — diz Luis.

A propósito, o imóvel que foi adquirido por R$ 30 mil hoje vale muito mais, com certeza. A partir da destinação de recursos pela Sogra – Sociedade Orquidófila de Gravataí – que distribuiu o valor recebido com a venda de sua sede no centro da cidade, em 2018, para entidades assistenciais e beneficentes, o Gaia Atitude Social ampliou e melhorou as instalações.

Hoje conta com cozinha, banheiros, várias salas para guardar material de doações – principalmente vestuário e calçados! –, refeitório, ambiente para ensino de informática, de cinema, música, e por aí vai… O valor recebido da Sogra o presidente do Gaia não revela, alegando que foi um pedido da antiga diretoria dos orquidófilos cuja sociedade foi extinta depois de mais de 60 anos de funcionamento.

 

AS OFICINAS

 

– EducaJobim – Ensino para adultos

– Atelier de Costura

– Alimento Saudável

– Arte e Pintura – Para crianças e adolescentes

– Ginástica

– Biblioteca

– Violão

– Hora do Conto

– Mãos Criativas (confecção de enxovais para doação)

– Grupo de Idosos (para evitar o isolamento social)

– Inclusão digital

– Acolhimento Social

 

Voluntariado

 

O Grupo de Apoio à Infância e Adolescência – Gaia – Atitude Social promove cursos de capacitação nos sábados à tarde e se reúne durante dias da semana para realização de encontros específicos ou distribuição de doações. Durante as oficinas com crianças, por exemplo, são distribuídos lanches, e as famílias cadastradas também recebem cestas básicas organizadas por Celene com doações recebidas.

Hoje são pelo menos 13 voluntários das mais diversas áreas que dedicam parte do tempo que dispõem para atuar no projeto social da vila Tom Jobim. Ninguém ganha um centavo sequer a título de remuneração. Mesmo assim, a despesa mensal gira em torno dos R$ 800,00, segundo Luis Seixas, com manutenção de equipamentos, aquisição de material e taxas de energia, água e internet. O dinheiro vem das doações

E das promoções, e o que eventualmente falta é rateado entre o grupo de voluntários do Gaia.

 

Confira o vídeo com a reportagem do Seguinte: na sede do Gaia Atitude Social clicando na imagem abaixo.

 

Saiba mais

No Facebook: Gaia Atitude Social

 

IMPORTANTE

 

Algumas das atividades realizadas, entre várias outras:

 

– Festa do Dia das Crianças

– Campanha do Agasalho

– Campanha de Vacinação

– Capacitação para geração de renda

– Distribuição de Cestas Básicas

– Passeios infantis

– Passeios dos idosos

– Festa de Páscoa

 

Em imagens

 

: Oficina de desenho, pintura e colagem com crianças

 

Sala de informática tem 10 computadores doados

 

Sala para projeção de vídeo e de cinema

 

Seleção de calçados recebidos, para distribuição

 

Doação de vestuário às famílias cadastradas

 

Celene e os violões da aula de música

 

 

 

 

 

 

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