SEGURANÇA

Como colombianos envolvidos em falso sequestro foram presos após tentativa de extorquir empregador

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu três colombianos acusados de articular um falso sequestro para extorquir valores do chefe da suposta vítima, também de nacionalidade colombiana. As prisões ocorreram nas cidades de Porto Alegre e Canoas, após investigações iniciadas em 10 de maio, que revelaram uma trama urdida pelo próprio funcionário “sequestrado”.

De acordo com a 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos (1ª DR/Deic), o caso começou a ser apurado quando a equipe recebeu informações de que um colombiano teria sido levado à força ao sair de um Centro de Formação de Condutores (CFC) em Canoas. Os criminosos exigiam transferências financeiras do empregador da vítima em troca de sua liberdade, com ameaças de morte.

No entanto, análises de inteligência policial descobriram que as mensagens de extorsão partiam do celular do próprio “sequestrado”. “Identificamos que o aparelho usado para as cobranças era da vítima, o que levantou suspeitas imediatas”, explicou a delegada Isadora Galian, titular da 1ª DR. A pista levou à primeira prisão em flagrante no sábado (11), em Canoas: uma mulher que receberia os valores do resgate.

No domingo (12), as investigações avançaram com a localização de um veículo vinculado ao caso. Durante abordagem, os policiais confirmaram a participação de mais dois suspeitos – incluindo o próprio funcionário que simulou o sequestro. “Havia uma comunhão de desígnios entre o suspeito e a suposta vítima. Tudo foi planejado para enganar o empregador e outros contatos”, detalhou a delegada.

Vítima era cúmplice do crime

O “cativeiro”, que durou mais de 36 horas, foi uma encenação para justificar as exigências de pagamento. Os investigadores constataram que o funcionário agiu em conluio com os demais suspeitos, utilizando um dos veículos apreendidos para dar aparência de legitimidade ao crime.

Os três colombianos detidos – dois homens e uma mulher – foram levados à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA/Deic) e autuados por extorsão, sequestro fraudulento e formação de organização criminosa. A polícia também busca identificar possíveis envolvidos que tenham auxiliado no esquema.

Operação combinou tecnologia e trabalho de campo

A delegada Isadora Galian destacou que o desfecho foi resultado de “investigação criminal qualificada e alinhamento estratégico”. Além de rastrear dados telefônicos, as equipes cruzaram informações de câmeras de segurança e relatos de testemunhas para desvendar o plano.

“O caso exemplifica como a inteligência policial pode desarticular crimes complexos, mesmo sob pressão de ameaças imediatas”, afirmou. As investigações seguem para apurar a origem dos recursos já movimentados e possíveis ligações com outros golpes.

Enquanto aguardam julgamento, os presos permanecem à disposição da Justiça. O empregador da vítima, que não teve o nome divulgado, colaborou com as autoridades e não chegou a efetuar pagamentos, segundo a polícia.

A polícia reforça que falsos sequestros, embora menos comuns, costumam visar familiares ou empregadores próximos, e recomenda que qualquer ameaça seja imediatamente reportada às autoridades.

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