Só pode ser fake news, daquelas de páginas de Facebook robotizadas por interessados e interesseiros, a conversa de que será reapresentado em Cachoeirinha o golpeachment contra o prefeito Miki Breier (PSB) e o vice Maurício Medeiros (MDB).
Não há votos favoráveis e as denúncias não sustentam um calço em porta de cadeia!
Para o autor do impeachment, Lucas Hanisch, advogado que agora se aventura na política, e os vereadores cúmplices (e aqui não me refiro ao Direito Penal), sugiro para demitir Miki sem passar vergonha a crédito ou débito, e principalmente não atrapalhar com politicagens um governo já cheio de dificuldades para entregar obras e serviços para a comunidade, a fórmula mais nobre da democracia: o voto na urna.
Para desconstituir o governo, há formas republicanas. Oposição sempre é saudável e, em tempos de ‘contra tudo que está aí’, pelo menos até ‘virar tudo que está aí’, pode ser até mais fácil do que defender governos.
Felizmente para os políticos, e infelizmente para a coerência, é possível apostar inclusive na admirável falta de memória do eleitor. Arrisco que poucos da ‘nova oposição’ precisarão explicar como, e o porquê, foram governo até ontem, e agora procuram se dissociar de tudo o que foi feito, e, principalmente, não feito, por Miki.
Talvez com exceção de Jack Ritter, e seu hamletiano ‘ser ou não ser?’, já que é do partido do prefeito, mas perdeu os cargos e, entre políticos com mandato, faz uma oposição de primeira hora, não lembro nenhum dos outros 16 vereadores, pelo menos até o ano passado, não sorrir nas redes sociais ao lado de Miki.
Mesmo que, na avaliação de alguns, tenha faltado competência, ouvir fora da bolha ou o tal ‘carinho’ (seja lá o significado dessa reclamação que foi expressa por mais de um político, apontando o prefeito da vez como vilão, e personagens do passado como bonzinhos neste quesito), seria legal ouvir a ‘nova-oposição-até-ontem-governo’ explicar o que sugeriu, e não foi seguido pelo prefeito, para resolver isso ou aquilo.
É provável que cheguemos a 2020 com uma oposição que, não necessariamente na mesma chapa, una políticos que defenderam o funcionalismo aos que chamaram ou aplaudiram a Brigada na votação do ‘pacotaço de Miki’ no famoso ‘dia das cadeiradas’, onde brigadiano bateu com cadeira de praia em professor em frente à Câmara.
Ok, são coisas da política. Concordo que dizer só amém para o governo de plantão faz mal, da mesma forma que é culpado da mesma forma o que compra e o que se vende – além da moral medida pelo termômetro de cada um, assim regra o Código Penal: artigos 317 (corrupção passiva) e 333 (corrupção ativa).
Mas fazer oposição só por fazer, e cuspir na teta que mamou só porque ela secou, também permite a crítica de que o político age por oportunismo, aquele sócio oculto do estelionato eleitoral.
Ao fim, para não passar mais vergonha a débito ou crédito, corram atrás dos votos e demitam nas urnas o Miki que ajudaram a eleger.
Chega dessa ladaia de golpeachment!
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