10 dias após o fechamento do Hospital de Campanha (HC), Gravataí não registra falta de leitos para pacientes com sintomas da covid-19. A preocupação é a histórica falta de leitos de UTI e Emergência no Dom João Becker/Santa Casa.
A ‘ideologia dos números’ justifica a chamada ‘desmobilização’ do HC, cuja estratégia reportei em O que está sendo feito para melhorar atendimento no Becker; O único hospital de Gravataí, o ’câncer’ e a ’cura’. Na última atualização, às 9h48 desta quarta-feira, das 16 UTIs covid do HDJB, 13 (81.25%) estavam ocupadas, assim como 11 (91.67%) dos 12 leitos covid.
– As UTIs não covid seguem lotadas como quase sempre e enfrentamos problemas na Emergência SUS e em transferências de pacientes. Por isso, assim que tivemos segurança, desmobilizamos o Hospital de Campanha para que ali comece a construção da nova Emergência – explicou ao Seguinte: o secretário da Saúde.
Régis Fonseca se refere às obras cujo projeto completo prevê um complexo hospitalar Santa Casa no entorno do Becker, o que revelei nos artigos Gravataí terá ’novo hospital’; Santa Casa projeta complexo hospitalar no entorno do Becker e A Gravataí dos 4 bilhões e ’novo hospital’ foram apresentados ao Conselhão do Zaffa.
– No inverno do ano que vem já teremos uma nova Emergência – confirma.
Sem casos da variante delta, a atenção com a covid ainda é recomendada pelo gestor da saúde.
– Seguimos sempre com um plano de contingência pronto para necessidade de ampliar leitos covid. O que era queda estabilizou, mas os casos estão sendo absorvidos nas UPAs e pelo Becker – informa.
As novas portas de entrada para pacientes com sintomas da covid são as UPAs da 74 e da ERS-020. Na 74 foi instalado um tanque de oxigênio para suprir necessidades de internados, com capacidade de 1.730 metros cúbicos de líquido (o que equivale a, aproximadamente, 250 cilindros convencionais).
Os postos de saúde já não fazem mais o atendimento.
– A rede básica está atendendo 100% não-covid. Antes estávamos com 10% dos atendimentos reservados para sintomáticos, mas a procura estava pequena. No teleagendamento, a procura de não covid era grande. Equalizamos – explica, lembrando que em março, no pior mês da pandemia, 70% dos atendimentos das UBSs era covid.
– Chegamos a transferir uma média de 20 pacientes por dia para os leitos covid.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, já foram diagnosticados 23.501 que contraíram covid e 902 vidas perdidas. Nos últimos 7 dias, período após o balanço dos 30 dias de agosto, que o Seguinte: produziu em A ’ideologia da ciência’: por que vacina funciona em Gravataí; Aviso aos covidiotas, a média de infectados caiu de 12.7 para 11.7.
Para efeitos de comparação, a menor média em 2021 foi de agosto (0.8). Em março, pior mês da pandemia, 6 vidas eram perdidas por dia.
– E seguimos liderando a vacinação entre as 10 maiores cidades – comemora o secretário Régis Fonseca, sobre a manutenção de Gravataí na liderança do ranking da eficácia, o que reportei também no artigo linkado acima.
– Só estamos aguardando a primeira dose para adolescentes sem comorbidade – diz, remetendo as informações para o perfil oficial da Prefeitura, que atualiza diariamente os públicos, hoje em 18 anos ou mais.
Das 291.697 vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde, por meio do Governo do Estado, 276.810 (93.2%) já foram aplicadas. Dos vacináveis, 176.843 (82.73%) já receberam a primeira dose; 88.707 (41.5%) a segunda e 6.300 (2.95%) vacina de dose única.
Ao fim, comemoremos, mas sigamos respeitando aos protocolos sanitários, como o uso de máscara.
A pandemia não acabou.
A ‘imunização de rebanho’ só chega com 9 a cada 10 habitantes com duas doses, e hoje temos 4 a cada 10 gravataienses vacináveis.
O que o não-crescimento de novos infectados confirma é a ‘ideologia da ciência’: a vacina funciona, apesar de, aplicando pesquisas em Gravataí, possamos projetar até 20 mil covidiotas que por opção não vão se imunizar.
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