A Operação Falso Patrono, desencadeada pela Polícia Civil gaúcha, desarticulou uma organização criminosa especializada em estelionato, falsificação de documentos e uso de identidade falsa que fez vítimas na região metropolitana e interior do estado. A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE/Dercc), sob o comando do delegado João Vitor Herédia, cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nos estados do Ceará, Santa Catarina e Minas Gerais.
Nos últimos cinco dias de operação, seis pessoas foram presas, incluindo o suposto líder do esquema, um homem de 44 anos natural de Fortaleza.
O golpe, conhecido como do “falso advogado”, funcionava a partir de uma combinação de engenharia social e acesso a dados processuais públicos. Os criminosos monitoravam sistemas de tribunais para identificar processos envolvendo precatórios, indenizações ou Requisições de Pequeno Valor (RPVs). Com essas informações, entravam em contato com as vítimas por WhatsApp ou ligações, se passando por advogados, assessores ou até funcionários de fóruns.
Para convencer as vítimas, os golpistas enviavam documentos falsificados com timbres oficiais do Poder Judiciário ou de escritórios de advocacia, alegando que valores estavam liberados. No entanto, exigiam o pagamento antecipado de “custas processuais”, “impostos” ou “taxas cartorárias” via PIX, geralmente para contas de laranjas. Em alguns casos, utilizavam chamadas de vídeo, áudios e linguagem jurídica para dar mais credibilidade ao golpe.
A investigação começou em 2024, após diversos advogados gaúchos relatarem o uso indevido de seus nomes e dados profissionais em fraudes contra clientes. Com ferramentas tecnológicas, a polícia identificou 15 suspeitos no Ceará, um em Santa Catarina e um em Minas Gerais. Entre os presos, estão os principais integrantes do esquema, que atuavam em áreas como tecnologia, logística e finanças.
A operação contou com mais de 100 policiais civis dos estados do Rio Grande do Sul, Ceará, Santa Catarina e Minas Gerais, reforçando o compromisso da Polícia Civil no combate a crimes digitais e organizações criminosas estruturadas. A investigação segue em andamento para responsabilizar todos os envolvidos.