No balanço que faz toda sexta-feira o prefeito Luiz Zaffalon (MDB) relatou reunião que teve horas antes no DAER para tratar de obras nas ERSs 118 e 020 em tempos de ‘ameaça’ de mais dois pedágios em Gravataí, o que detalhei em artigos como A Gravataí dos 3 (ou 4) pedágios: Lançada Frente contrária; O ’bode de Leite’ está na cancela.
Acontece que, além de obras que ficaram para trás na ‘inauguração’ da 118 em dezembro, como a elevada para acesso da Centenário ao Distrito Industrial, a ligação com a Avenida Brasil e passarelas para pedestres, o que me fez cometer o artigo Duplicação completa da RS-118 é uma fake news, dois dos principais investimentos programados por Zaffa eram duplicações na 020 e na 030.
Reportei os planos em 90 dias de Zaffa: ’Gravataí é o melhor lugar para morar e investir’; 10 coisas que o prefeito disse na Acigra.
Reproduzo e, abaixo, sigo:
“…
O prefeito garantiu que vai concluir obras não terminadas no governo Marco Alba.
– A pandemia atrapalhou, mas vou terminar tudo que ele começou – disse, citando como exemplos a escola do Breno Garcia, o Centro de Educação Especial, a revitalização da Avenida Dorival de Oliveira e o asfaltamento de ruas.
De obras novas, Zaffa citou dois de seus projetos prioritários: seguir as municipalizações e duplicações da ERS-030 da Prometeon até a Av. Acimar Silva e da ERS-020 do Parque dos Eucaliptos até a Neópolis.
– Tenho projetos e financiadores, mas preciso da reforma da previdência para ter certeza de que poderemos pagar as dívidas. Sempre agimos assim, pagando em dia, com ficha limpa para poder passar no banco e tirar um dinheiro.
…”.
Fato é que a ‘reforma das reformas’ foi aprovada na terça, como tratei em Aprovada Reforma da Previdência de Gravataí: ’Outsider’ Zaffa deu aula de política; ‘É vitória da sociedade’, abrindo um espaço para captar mais do que três vezes os R$ 100 milhões financiados pelo ex-prefeito Marco Alba (MDB) em obras de infraestrutura, e Zaffa espera agora pelo ‘sim’ ou ‘não’ para os pedágios.
Acerta o prefeito, porque não capta recursos, ou inicia obras em trecho da 020 que pode ser privatizado. Não se falava em pedágio quando Marco Alba municipalizou trecho entre as Moradas do Vale I e III e duplicou, como mostra o vídeo.
Reputo um escândalo, privataria Eduardo Leite (PSDB) propor entregar a 118 à iniciativa privada menos de um ano após ser inaugurada após 14 anos de obras e R$ 400 milhões investidos em dinheiro público.
Ao fim, polêmicas à parte, a vibe de Zaffa com o governador parece melhor 'daquela que experimenta o ex-prefeito Marco Alba desde o ‘tchau Mercado Livre’, que tratei em uma série de artigos como Os ’negócios sigilosos’ do RS e o tchau, Mercado Livre.
– Faremos as obras em sintonia com o Governo do Estado – disse o atual prefeito no vídeo.
– Um financiamento para a manutenção é fundamental. Agora, o pedágio, dependendo do modelo, atrapalha toda a região – acautela-se, diferente da contrariedade da deputada estadual Patrícia Alba, que trato em Dá um block Patrícia Alba! Que feio Secretaria de Costella ’stalkear’ deputada sobre fake news da 118, ao puxar debate na Assembleia Legislativa, assim como o fez na região também um político de sua base de governo, o vereador Paulo Silveira, e reportei em artigos como A Gravataí que não engole pedágio: ’Depois de 14 anos pagando a duplicação ninguém merece’; O país do faturo.
Sobre o pedágio
É um compreensível pragmatismo.
Faz-me lembrar uma história millôriana: “Todo mundo fala, hoje, em pragmatismo, diz que é pragmático, que o pragmatismo é fundamental à manutenção da estabilidade nacional, etc. Mas pragmatismo mesmo, era o da cidadezinha de Tropolitar, em Ruanda, onde, tendo um ferreiro cometido um crime hediondo, a Justiça local, depois de processo rumoroso, enforcou um alfaiate. A cidade tinha dois alfaiates e só um ferreiro”.
Assista ao vídeo-balanço de Zaffa
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