RAFAEL MARTINELLI

Como Trensurb pode chegar a Gravataí e Cachoeirinha; O ‘PAC do Lula’, o ‘Vereador do Bolsonaro’ e o ‘venham os chineses’!

A extensão também para Gravataí e Cachoeirinha aparece em pedido feito pela Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A (Trensurb) para o governo federal incluir no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a linha Nordeste, que originalmente percorreria a zona norte de Porto Alegre até Alvorada.

O custo é calculado em R$ 4,8 bilhões, com trens circulando por elevadas, para reduzir o custo com desapropriações. A estimativa é beneficiar 4 milhões de pessoas na Região Metropolitana.

Nesta segunda-feira o vereador gravataiense Clebes Mendes (PSDB) anunciou como certeza, mas, pelo que apurei, resta ainda como possibilidade.

O parlamentar, desde seu primeiro mandato entusiasta do metrô, conheceu uma prévia do estudo em reunião com a diretora administrativa e financeira da Trensurb, Vanessa Rocha.

Por que reputo mais expectativa do que confirmação?

O estudo prévio já apresenta o percurso e o número de estações entre Porto Alegre e Alvorada, a partir do Aeroporto Salgado Filho, intersecção da linha Norte com a Nordeste, mas traça apenas uma linha imaginária de um possível traçado por Cachoeirinha e Gravataí, até a Freeway.

No material enviado em 28 de julho pelo diretor-presidente do Trensurb, Fernando Marroni, para Marcus Cavalcanti, secretário especial para o Programa de Parcerias e Investimentos, ligado à Casa Civil da Presidência da República, o trajeto do Terminal Triângulo, na Assis Brasil, em direção a Cachoeirinha e Gravataí, é descrito como “Corredor Projetado”.

Significa que, ao invés de metrô, o estudo pode apontar apenas para um corredor de ônibus com interligação ao Trensurb.

Por outro lado, a possibilidade de o metrô chegar aos dois municípios é reforçada pela referência a estudo de 1998, parte do Plano Integrado de Transporte e Mobilidade da RMPA, parceria dos governos federal, estadual e municipal, que indica uma interligação em “Y” na Linha Nordeste – para Alvorada pela avenida Baltazar de Oliveira Garcia; para Cachoeirinha e Gravataí na direção da ponte pela Assis Brasil.

Se a Linha Norte tem 42,8 Km de extensão e 23 estações, a Nordeste projeta 16,6 Km em 11 estações. O pátio de manutenção ficaria nas imediações da antiga Estação Ferroviária Augusto Pestana, próximo ao atual pátio da Linha Norte.

A demanda potencial é estimada em 164 mil passageiros/dia. Os 25 trens teriam capacidade de até 1.100 passageiros cada um, podendo transportar cerca de 44 mil passageiros por horas e por sentido.

O investimento total de R$ 4.850.121.600 é dividido em R$ 3.904.320 para trecho em via elevada, obras civis e sistemas; R$ 828.672.000 para aquisição da frota e R$ 117.129.600 para implantação do pátio de manutenção.

A título de curiosidade, a possibilidade do Trensurb em Gravataí e Cachoeirinha, que pode entrar no PAC do Lula, foi anunciada por um político que em 2018 apelidei de ‘Vereador do Bolsonaro’. Porém, Clebes Mendes deu exemplo ao exercitar o republicanismo, na sessão de ontem da Câmara.

– Não se trata de ideologias ou partidos. É um investimento que muda o transporte na cidade e na região. Se há um presidente eleito, é o presidente de todos nós – disse, pedindo mobilização regional, política e social, ao informar que já mantém contato com o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado, Juvir Costella (MDB), de quem é o parlamentar mais próximo em Gravataí.

Ao fim, fundamental a convocação do vereador para uma mobilização de toda a região – na Assembleia Legislativa já há uma frente parlamentar, como o Seguinte: reportou em Frente Parlamentar revive em 2023 o sonho do Trensurb em Cachoeirinha, Gravataí e Viamão.

Fato é que uma extensão do Trensurb provocaria uma revolução no transporte coletivo de Gravataí e Cachoeirinha.

Torçamos não estacione somente no projeto, como em anos anteriores – o estudo atual tem como base outro produzido há 25 anos!

Uma boa perspectiva é a intenção do governo federal de, além de financiamentos do Banco Mundial e do Banco dos Brics, incluir no Novo PAC parcerias público-privadas, um “que venham os chineses”, que pode garantir recursos bilionários para obras.

Sigo buscando mais informações para além da manchete.

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