Dos 31 deputados federais gaúchos, 22 se manifestaram a favor da cassação da presidente Dilma Rousseff e apenas 9 se disseram contra. O SEGUINTE: foi buscar a opinião dos que vieram a Gravataí pedir votos – ou tem partidos sólidos aqui
A menos de 24 horas da votação que vai decidir se o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff segue seu caminho até o Senado ou é arquivado na Câmara, ainda não dá para cravar um resultado certeiro. Por enquanto, governo e oposição falam em vitória. Analistas políticos, no entanto, já admitem que a oposição tem votos suficientes para levar o processo adiante.
São necessários 342 votos a favor do relatório do deputado Jovair Arante (PTB-GO) para que o impeachment seja, então, enviado ao Senado – que tem o papel constitucional de afastar ou não um presidente da República. Como na Câmara há 513 parlamentares, o número decisivo para o governo são os 172 votos que o livraria da cassação.
A votação acontece neste domingo a partir das 17h – e deve ser transmitida pela TV ao vivo do plenário Ulysses Guimarães, em Brasília.
Entre os deputados federais gaúchos, apenas a bancada do PT está fechada contrariamente ao seguimento do processo. O PDT também fechou questão contra, mas Giovane Cherini já avisou que será a favor – e foi ameaçado de expulsão. A contagem está amplamente favorável à cassação: 22 a favor e apenas nove contra.
: NO PMDB
O PMDB está a favor. A maioria da bancada é ligada ao ex-ministro Eliseu Padilha, braço direito do vice-presidente Michel Temer, que herda o cargo se Dilma for cassada. Osmar Terra, inclusive, é especulado para o Ministério da Saúde em um eventual governo Temer.
Em Gravataí, o partido apoio a candidatura de Jones Martins a deputado federal em 2014. Jones é o atual primeiro suplente da bancada e ocupa cargo no Ministério da Saúde por indicação do partido. Não deve assumir a tempo da votação de amanhã. O SEGUINTE não conseguiu contato hoje pela manhã com Jones para saber qual seria sua posição diante do impeachment. Ele está em Brasília acompanhando o processo.
Alceu Moreira, o eleito do PMDB com mais votos na cidade é a favor da cassação.
: NO PT
Todos os deputados do PT são contrários à cassação. Ronaldo Zulke, o mais votado do partido em Gravataí e apoiado por Daniel Bordignon em 2014, é suplente e não vota amanhã. Elvino Bohn Gass – o candidato de Rita Sanco em 2014 – e Henrique Fontana, que vem na sequência, já foram à tribuna nas discussões de sexta-feira defender o mandato da presidente Dilma contra o que vem chamando de "golpe contra os trabalhadores e o Brasil".
: NO PP
José Otávio Germano e Renato Molling, que tiveram o apoio de Roberto Andrade, sçao favoráveis à cassação. O PP fechou questão sobre o assunto e ameaça expulsar quem ficar do lado do governo.
O partido ocupava o ministério da Integração Nacional até quinta-feira da semana passada.
: NO PSD
Em 2014, o PSD de Gravataí apoio a candidatura de Danrlei de Deus, o segundo deputado federal mais votado do Estado. Ele se manifestou favorável à cassação esta semana.
: NO PSB
José Stédile, ex-prefeito de Cachoeirinha, vem há mais tempo defendendo que o partido apoie o impeachment e ajude a cassar o mandato da presidente. O PSB, no entanto, fechou questão somente na semana passada, depois de uma reunião do diretório nacional do partido.
Stédile é irmão do líder do MST, João Pedro Stédile, que vem dizendo que os Sem-Terra vão se mobilizar em todo o país caso o processo seja aprovado na Câmara e que os deputados favoráveis à cassação não passam de golpistas. Ele não se refere diretamente ao irmão, mas não esconde que há uma distância ideológica entre eles que fez, inclusive, José deixar o PT de João Pedro em 2005.
: NO DEMOCRATAS
Onix Lorenzoni, que teve o apoio do vice-prefeito Francisco Pinho em 2014, é um dos maiores defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dem e PSDB foram os primeiros partidos a fechar questão sobre o assunto, ainda em dezembro do ano passado.
: NO PDT
O PDT determinou à sua bancada o voto pela manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff. Afonso Mota, que pediu votos na cidade, já fez sua declaração na longa sessão desta sexta-feira na Câmara.
– Não compactuamos com os erros e os problemas desse governo, mas não acreditamos que uma ruptura institucional seja a solução. A solução é a continuidade democrática e não um golpe – disse.
Pompeo de Mattos, que no início de abril participou do ato de filiação de Daniel Bordignon ao PDT, já havia dito que seria contra a cassação. No ato, inclusive, ouviu do novo filiado as razões para a luta contra o impeachment – e concordou com todas.