salário dos vereadores

Congelar ou aumentar, eis a questão

Como na peça de Shakespeare, Macbeth, na Câmara todos sussurram ao ouvido do rei

Presidente da Câmara e líderes de bancada se reúnem nesta terça para discutir como será a votação do projeto que fixa o salário dos vereadores para o ano que vem

 

A poucos dias do encerramento do prazo para votação do projeto de lei que vai fixar o salário dos vereadores para a próxima legislatura, ninguém aposta nada. Até sexta, a maioria dos líderes de bancada defendia o congelamento do salário – mas o travesseiro do final de semana de campanha pode mudar a cabeça de muita gente.

– Acho que vamos chamar uma coletiva para falar sobre isso amanhã (nesta terça) – disse o presidente da Câmara, Nadir Rocha (PMDB), nesta segunda.

Nadir deve apresentar o projeto até às 16h desta terça – quando, então, o documento segue para a análise das comissões e votação no plenário na quinta, data limite para uma definição.

Na prática, duas hipóteses ainda sobrevivem: aumento até o teto – passaria de R$ 9,5 mil para R$ 14,5 mil – ou congelamento nos R$ 9,5 mil atuais.

 

O que pensam as bancadas

 

PMDB

O PMDB não bateu martelo, mas o candidato do partido, Marco Alba, já defendeu publicamente que é contra o aumento e que abre mão de qualquer reajuste em seu salário, caso seja reeleito. Pôs a pressão sobre a bancada para fazer o mesmo. Alan Vieira, aliado de Marco na bancada, é contra o aumento.

– Não é o momento, não tem clima político para isso. Seria um gesto que a população não entenderia.

 

Democratas

Evandro Soares disse ao Seguinte: que vota contra o aumento, se ele surgir.

– Mas o clima é para um projeto que congele no salário atual.

Para ele, as articulações pelo aumento não vão prosperar a poucos dias da eleição.

– A maioria dos vereadores é candidato e sabe que as urnas vão cobrar um preço grande.

 

PSD

Dilamar Soares, líder da bancada do PSD, já submeteu a questão ao partido e vem de lá com posição fechada para os três integrantes de sua bancada.

– Vamos votar contra.

A crise e o desemprego são as justificativas.

– Não tem clima para aumento de político num momento desses.

 

PDT

O líder da bancada do PDT, Alex Peixe, disse a posição do partido é a mesma já manifestada quando houve a votação do reajuste inflacionário, em julho.

– Defendemos o reajuste zero.

A proposta, inclusive, está no programa de governo do candidato do partido, Daniel Bordignon, que defendeu que o salário do prefeito também não sofresse aumento.

 

PV, PSB, Rede e PRB

O presidente estadual do PV, Márcio Souza, não retornou às ligações do Seguinte: para manifestar sua posição sobre o assunto. Carlos Fonseca, do PSB, e Maribel Wagner, da Rede, não foram encontrados.

Tanrac Saldanha, do PRB, disse que vai votar conforme a orientação do governo – ou seja, a favor de um congelamento.

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