Os grandes bancões do Brasil são verdadeiros devoradores de taxas e tarifas. Estes dias fui ao caixa eletrônico do meu banco, e me deparei com um extrato de outro cliente jogado por cima do terminal, e vi que aquela pessoa pagava R$ 75,00 por mês à instituição financeira como “cesta de serviços”. A cesta de serviços ou taxa de manutenção, nada mais é que uma cobrança totalmente inútil e lesiva travestida de pacote de serviços, como extratos, saldos, saques, cheques, ou seja, coisas que o cliente nunca vai utilizar.
O Banco Central do Brasil determina que os bancos ofereçam um pacote totalmente isento, o Serviços Essenciais”, onde a pessoa terá quatro saques, duas transferências, dois extratos e dez folhas de cheque mensalmente.
Lembro-me que uma vez fui ao banco vermelho para solicitar tal pacote, e a gerente disse que o banco não trabalha de graça. E me empurrou a tarifa. Fiz uma reclamação no Banco Central e rapidamente o vermelhinho baixou a crista (me ofereceu até café na agência) e providenciou o que eu pedi.
E as contas Pessoa Jurídica?
Uma vez tentei abrir uma no banco amarelo, e o escriturário me disse que para conta PJ nenhum banco seria obrigado a colocar o Serviços Essenciais. Nem o seu.
Grandes bancos cobram verdadeiros absurdos mensais dos empresários, sobretudo os MEIs, que pela natureza de seus CNPJs, são claramente pessoas que acordam antes de o galo cantar para ir trabalhar. O banco laranja com azul cobra mensalmente a partir de R$ 71,00. Esse é um dinheiro bom para dar um passeio de barco no Guaíba e tomar um caldo de cana, não para dar para banco.
Felizmente a revolução chegou. As chamadas fintechs são empresas financeiras baseadas em tecnologia, como o Nubank, por exemplo. Hoje contamos com diversos aplicativos de banco que possuem contas isentas de taxas mensais. Talvez exista alguma tarifa, mas quando for utilizado um serviço fora do pacote gratuito.
Os bancões não quiseram ficar atrás e lançaram seus aplicativos cheio de recursos, e até com opção de abrir conta corrente sem ir para a agência. Mas o DNA destes bancos continua lá, e os problemas agora seguem instalados no seu smartphone.
Veja algumas opções de bancos digitais para contas PJ
Agibank: o banco gaúcho nasceu dentro da Agiplan, uma empresa de empréstimos com lojas em muitas cidades de RS. Já patrocinou o Planeta Atlântida e de lá para cá ganhou o coração de muitos jovens desbancarizados. Sua conta pessoa jurídica não tem mensalidade, nem cesta de serviços. Permite receber transferências de pagadores que exigem que a conta seja PJ. Permite pagamentos de contas, são incluídas duas transferências TED para qualquer banco, transferências ilimitadas e gratuitas entre contas Agibank, saque gratuito nas Lotéricas e depósito via boleto bancário. Contras: não tem cartão da conta e o cadastro dos documentos pode ser burocrático, que já que é exigida a comprovação de muitos itens.
Saiba mais: https://www.agibank.com.br/
Banco Inter: O Inter ostenta o título de ser a primeira conta digital do Brasil, e totalmente gratuita. É referência no setor, por seu sistema permitir fazer diversas operações que o cliente deveria pagar em um banco tradicional. Recentemente, a instituição teve toneladas de arquivos de clientes vazadas na internet, como nomes, endereços, telefones, números de cartão de crédito e até quanto o cliente tinha na sua conta. Mas parece que isso para o banco de Belo Horizonte não foi um problema, já que a empresa vive um especial momento de crescimento. No site há um contador sobre quanto os clientes economizaram em taxas e tarifas, e o valor passa dos impressionantes R$ 26 milhões de reais. Infelizmente sua conta pessoa jurídica necessita de um convite para sua abertura, mas os benefícios são animadores. Por mês, o correntista tem direito a 100 TEDs por mês, cartão Mastercard na função débito, possibilidade de ter uma máquina de cartão de crédito, pagamento de boletos e títulos, 100 boletos gratuitos para fazer cobranças, folha de pagamento automática e acesso a outras contas da mesma empresa.
Saiba mais: https://www.bancointer.com.br/conta-digital/pro
Neon Pejota: A Neon teve parte da empresa liquidada pelo Banco Central no ano passado por problemas de má gestão, quando a parte que ficou de pé fez uma parceria com o Banco Votorantim. A conta pessoa jurídica não tem mensalidades, tem cartão físico e outro virtual para compras pela internet, atendimento 24 horas e possibilidade de pagar funcionários (em breve). É uma das startups mais novas do mercado financeiro.
Por que as contas digitais são gratuitas? Porque as fintechs não tem custos com agências, com grande número de funcionários, com publicidade em grandes veículos e com diversos outros gastos que uma empresa física tem.
Aproveite e faça bom uso do dinheiro que você irá economizar!