RAFAEL MARTINELLI

Conselho Tutelar: comissão eleitoral não aceita denúncias sobre dia da eleição, mantém eleita cassada e pede providências sobre suposta denúncia fake em Cachoeirinha

Comdica mantém lista de eleitas desde o dia da apuração

A Comissão Eleitoral negou recursos que denunciavam irregularidades na eleição para o Conselho Tutelar de Cachoeirinha, manteve cassação de candidata eleita pelas urnas e recomendou providências em relação a denúncia feita por ela, considerada “inverídica”.

Conforme o Edital 19/2023, publicado na noite desta quarta-feira, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) de Cachoeirinha considera aptas a assumir o mandato em 10 de janeiro a Professora Lizi, Clarice Auler, Nair Silveira, Salete Trajano e Bibi Mello.

É a lista divulgada no domingo da eleição, que contabilizou em separado os 850 votos da Professora Simone, eleita nas urnas, mas com a candidatura sub judice; leia em Conselho Tutelar: lista de eleitos não traz candidata sub judice em Cachoeirinha; Veja as votações.

“A Comissão Especial Eleitoral observou no curso do pleito, uma sistemática apresentação de representações formuladas por pessoas ligadas a candidata cassada em desfavor das demais candidaturas, com um claro intuito de tumultuar o pleito. Não se ouvida que qualquer cidadão possa representar em favor desta ou daquela candidatura, contudo, o que se percebeu foi justamente uma tentativa desarrazoada de tumultuar o pleito, e, após a eleição, sobreveio duas últimas representações por pessoa ligada a primeira suplente, o que denota, claramente, uma tentativa quase que desesperada, de mudar o resultado das eleições a qualquer custo. Ressaltamos que a Comissão Especial Eleitoral tem a obrigação, direito e dever em fiscalizar e julgar a condução e condutas do pleito, sendo realizada toda e qualquer decisão em colegiado e sob a análise do Ministério Público, afim de ser tomada todas as decisões dentro da legalidade. Espera, a Comissão Especial Eleitoral que, o resultado das urnas, daqueles candidatos que efetivamente estavam aptos a concorrer, seja RESPEITADO”, assinam a presidente do Comdica, Lorete Terra, e a presidente da Comissão Eleitoral, Flavia Casotti, no edital que traz as deliberações sobre “representações em desfavor das candidatas Nair Silveira, Bibi Mello, Clarice Auler, bem como, adota outras providências”.

A principal polêmica resta no item 6: “Da Adoção de Providências com Relação a Situação Envolvendo a Candidata Simone Baltazar Ferras”.

“Dentre os ofícios enviados pelo MP, consta uma representação da candidata Simone Baltazar Ferras, a qual alega que um membro da Comissão Especial Eleitoral, no dia 28/09/2023, quando foi até seu local de trabalho (Escola Jean Pieaget) em Porto Alegre para notificar a mesma da decisão da Comissão Especial Eleitoral sobre sua segunda cassação, teria a constrangido, assim como, teria sido desrespeitoso e teria abalado alunos daquela instituição, inclusive consta BO registrado pela diretora da escola. Tendo em vista a completa inveracidade dos fatos narrados pela citada candidata, os quais serão adequadamente esclarecidos ao MP, a Comissão Especial Eleitoral, deliberou pelo envio de ofício ao Secretário Municipal de Educação de Porto Alegre, reportando a situação, inclusive com encaminhamento dos prints da rede social instagram da candidata, os quais dão conta de que a mesma, claramente, fez campanha eleitoral dentro da instituição de ensino, com a anuência da diretora que, por sinal, descobriu-se tratar-se de apoiadora de campanha, para que, desta forma, o Município de Porto Alegre, adota as providência que entender cabíveis na seara administrativa ante as possíveis irregularidade cometidas, tanto pela candidata, quanto pela diretora da escola”, diz o edital.

A campanha da candidata informou ao Seguinte: na manhã desta quinta que o caso será tratado na área judiciária.

Clique aqui para ler as justificativas da Comissão Eleitoral para negar as supostas irregularidades denunciadas no dia da eleição. Ainda cabe recurso ao Comdica.

Antecipei na véspera da eleição, em Conselho Tutelar no ‘tapetão’: vereador coloca eleição sob suspeita e vice da Comissão Eleitoral reage; Denúncias, ocorrências policiais, segredo de justiça e o apelo a promotora em Cachoeirinha: “Anotem: a eleição para o Conselho Tutelar de Cachoeirinha será a eleição-que-nunca-termina. Não apenas as urnas definirão eleitas e eleitos neste domingo. O pleito já resta judicializado. E muita coisa – em segredo de justiça, inclusive – ainda vai vazar por debaixo deste tapetão“.

Aí está.

Ao fim, esses rolos todos nas eleições para os conselhos tutelares Brasil afora me lembram uma do Millôr, lá de 1991.

“As eleições teriam resultado mais correto se cada eleitor dispusesse de um voto a favor e um contra. Em princípio isso já eliminaria a possibilidade de que um candidato reconhecidamente corrupto, mas com poderosa máquina política, fosse eleito. Os eleitores que o rejeitam – fora do alcance da máquina – liquidariam com sua candidatura. PS. Por falar nisso, por que não apenas o voto contra? O menos votado seria eleito”.


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