Marco Alba terá os votos para derrubar o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que reprova suas contas de 2017 e poderia levá-lo a uma inelegibilidade de oito anos, como tratei pela última vez em Em Gravataí, se o povo gostar do político, políticos querem matar!; o ’Efeito Orloff’.
A evidência está no edital de convocação divulgado neste domingo para a convenção do MDB de Gravataí, dia 1º de setembro, no CTG Aldeia dos Anjos, que você acessa CLICANDO AQUI.
Vamos por partes, para explicar como o prefeito esquartejou qualquer possibilidade de chantagem.
Para derrubar o parecer do TCE, Marco Alba precisa de 14 votos entre os 21 vereadores. É o exato tamanho da base de seu governo. Ou era, até apresentar como candidato a prefeito o ex-secretário Luiz Zaffalon, deflagrando uma disputa com o ex-deputado federal Jones Martins.
Como detalhei, com datas, em Marco Alba sob chantagem; fogo amigo ameaça votação das contas de 2017, se a ameaça não foi intencional em conversa com a presidente do partido Sônia Oliveira, pareceu: Nadir Rocha, apelidado de ‘Vovô de Recado’ de Jones, teria admitido a possibilidade de votar contra as contas de Marco, caso o prefeito não desistisse de Zaffalon.
Clebes Mendes, outro apoiador de Jones, na sessão seguinte à chegada do parecer à Câmara, ao votar as contas de 2016, aprovadas pelo TCE, disse que votaria “conforme o TCE”, praticamente antecipando a possibilidade de seguir o parecer que rejeita as contas de 2017.
Os outros dois vereadores apoiadores de Jones são Alex Tavares e Paulinho da Farmácia, que assinaram nota com Nadir e Clebes negando a chantagem, mas não garantindo apoio para a aprovação das contas, o que também não o fez Jones, em áudio que reproduzi em Jones e seus vereadores negam chantagem contra Marco Alba; ouça áudio e leia nota de repúdio.
O prefeito bancou Zaffa e mostrou ter maioria no diretório, como tratei em Zaffa é lançado candidato a prefeito por Marco Alba e 85 por cento do diretório; Prefeito não cede a suposta chantagem.
Ok, e as contas? Diz o item ‘d’ da ordem do dia do edital da convenção: “Delegação de poderes à Comissão Executiva Municipal para celebrar coligações com outros partidos (eleição majoritária), bem como para homologar, substituir, acrescentar ou suprimir nomes à chapa de candidatos às eleições proporcionais”.
O grifo é meu. Significa que a Executiva, onde Marco Alba também tem maioria, poderá a qualquer momento barrar candidaturas, caso a proposta seja aprovada – e será, da mesma forma que a candidatura de Zaffa.
Não seria um motivo forte para tirar das urnas Alex Tavares, Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia o fato de, com seus votos, tornarem o prefeito Marco Alba inelegível, com base em um parecer frágil, como tratei em TCE reprova contas de 2017 de Marco Alba; O Josef K. do dia e a chantagem, cujos apontamentos aconteceram pela perda de prazos para defesa pelo governo e não denunciam corrupção ou danos aos cofres públicos?
Ao fim, Marco Alba deu uma invertida naqueles que podem tentar prejudicá-lo. Se é tudo teoria da conspiração, não há motivo para ninguém temer ser cancelado na lista de candidaturas à Câmara: se Zaffa vencer a convenção dia 1º, até o dia 17 os vereadores do MDB vão votar com a base do governo, derrubar a ameaça de inelegibilidade e fazer campanha para o candidato à Prefeitura escolhido pelo partido.
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