SAUL TEIXEIRA

Copa do Mundo: sonho do Brasil passa pelo Banco de Reservas

A estreia contra o Panamá foi luxuosa. Goleada de 4 a 0 com direito a hat-trick da meia-direita Ary Borges. Cinco dias após, porém, a exigente aumentou consideravelmente: França e derrota! Agora, é “vida ou morte” contra a Jamaica na quarta-feira.

O fracasso pode ter sido pedagógico. Perdemos num momento em que ainda é possível a reabilitação. Entretanto, mudanças são necessárias. O banco de reservas pode elevar nossas ações individuais e coletivas. E não apenas pela camisa 10 eleita seis vezes a Melhor do Mundo.

Temos uma equipe técnica e leve. Cedemos muitos espaços no meio-campo. Apenas Luana na contenção. A segunda função de meio é desempenhada pela “ofensiva” Kerolin, que exerce a contemporânea missão de jogar de área a área (Box To Box).

Tamires é uma notável lateral-esquerda. Essência do futebol brasileiro, tem no apoio sua maior virtude. É um desperdício não explorar a sua potencialidade. Defensivamente, o primeiro gol surgiu às suas costas.

Pode render mais jogando numa linha mais avançada. Ou como ala em 3-5-2 ou como meia-esquerda na mecânica atual 4-2-2-2. Neste cenário, Adriana deixaria o time. Canhota, a zagueira e capitão Rafaelle manteria a saída pela esquerda. Poderia até ser dublê de lateral-esquerda.

Única gaúcha do elenco, a zagueiro Mônica poderia ingressar no time. Ganharíamos experiência e mais robustez defensiva, bem como daríamos liberdade para Tamires. Contra as francesas, inadmissível deixarmos a melhor cabeceadora do Mundo livre, leve e solta: Wendie Renard é o nome dela!

Artilheira da Era Pia Sundhage com 59 gols, Debinha é nossa maior referência. Segunda atacante! Bia Zaneratto é centroavante raiz e jogou a primeira partida. Contra a França, aposta na mobilidade de Geyse. Debinha e Zaneratto “casam melhor em características” e, juntas, já balançaram as redes quase 100 vezes vestindo verde e amarelo.

Em que pesem o avançar da idade e as recentes lesões, não podemos abrir mão do talento de alguém que tem a alcunha de Rainha, né? Marta pode inclusive atuar como falsa 9 e livre das tarefas mais pesadas de recomposição.

Enquanto tiver vigor, nos garantia também repertório. Nosso meio é veloz, mas falta criatividade e armação. O 4-2-2-2 migraria para 4-2-3-1. Bia Zaneratto nos daria profundidade, prenderia as zagueiras rivais.

Desta feita, criaria espaço para Marta desfilar a sua genialidade entre as linhas de defesa e meio das adversárias. Eis o chamando “entrelinhas”, habitat natural das lendas, seja no masculino, no feminino e até na várzea desde que o mundo é mundo!

Futebol requer equilíbrio. Se perde, se empata e se ganha é no meio-campo. É o coletivo que potencializa o individual. Termos e clichês seguidamente empregados neste espaço opinativo.

Sorte e sucesso, Brasil!!! Bom trabalho, Pia! O banco de reservas pode ser a diferença determinante entre o sonho e a realidade.

Eu acredito!!! Mas é preciso mudar-mudando. Enquanto é tempo…

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade