Moro há mais de 30 anos no mesmo endereço que fica num bairro de fácil acesso, próximo ao centro da cidade, e continuo sofrendo com o atraso na entrega da minha correspondência. Há quase dois meses não recebo a visita do carteiro.
Cansado com tanto descaso, como já havia feito em outras oportunidades resolvi ir até o Centro de Distribuição de Correspondência dos Correios, que fica na Avenida Centenário, para apanhar a correspondência que deveria ser entregue no meu endereço.
Fui até o local, que só tem atendimento externo na parte da tarde, e para minha surpresa estava fechado. Não é mais lá!
Procurei por informações recorrendo ao Google, fiz algumas ligações e por fim descobri que o Centro de Distribuição de Correspondência dos Correios está localizado agora na Rua Santa Clara, na parada 65.
Como preciso dos boletos, extratos e demais correspondências me dirigi até o novo local. Mesmo não tendo o número do prédio descobri o local com alguma facilidade, pois ao longe é possível notar um grande número pessoas numa longa fila que se estende pela calçada.
Assumi o meu lugar junto às outras pessoas. Depois de algum tempo de espera uma chuva fina começa a cair e todos ficaram molhados, pois não há nenhum tipo de proteção para quem está na fila.
Enfim, depois de longa espera, chega a minha vez de ser atendido. Num minúsculo guichê de vidro apenas um funcionário está disponível para atender. Aí está a razão das longas filas que se formam todos os dias.
Com alguma displicência o funcionário informa que não é possível fazer a entrega das correspondências. Segundo ele, os Correios estão há muito tempo com o efetivo reduzido, portanto é preciso que todos tenham paciência e devem esperar que o carteiro fosse fazendo a entrega na medida do possível.
Diante da minha insistência e como se estivesse fazendo um grande favor, o funcionário anota o endereço de entrega, porem sem garantir que as correspondências efetivamente serão separadas.
O funcionário, com alguma impaciência, como se estivesse sendo importunado, fornece o número de telefone da unidade e me instrui que ligue no dia seguinte, mas apenas no horário das 8h30min às 10h30min, para me informar se as correspondências estarão a disposição na parte da tarde.
Como não há a mínima chance de que eu receba as correspondências numa única ida ao Centro de Distribuição de Correspondência dos Correios sai do local indignado pelo descaso com que fui tratado.
No outro dia, no horário indicado, fiz inúmeras ligações para o telefone da unidade sem conseguir qualquer resultado, pois está sempre ocupado. Depois de muito tempo insistindo finalmente sou atendido.
Como num jogo de ping-pong sou transferido de um setor para outro até que descubro no setor encarregado da separação de correspondências que não há nenhuma solicitação para o meu endereço. Fiquei um tempão na fila na tarde anterior, sob chuva, para nada.
Depois de ouvir os meus apelos veementes o funcionário diz que vai ver o que será possível fazer e solicita que eu ligue mais tarde. Depois de muitas tentativas, pois o telefone continua sempre ocupado, finalmente o funcionário informa que realmente tem um grande número de correspondências minhas e que estarão à disposição, mas só na parte da tarde.
Vou novamente até o Centro de Distribuição de Correspondência dos Correios, enfrento mais uma vez uma longa fila, agora sob o sol forte e finalmente consigo receber as correspondências que estavam acumuladas em razão de não terem sido entregues há meses pelo carteiro.
Como fiquei bastante tempo nas filas à espera de atendimento pude constatar que o problema de entrega de correspondências é bastante comum, que está acontecendo já há muito tempo e atinge inúmeras pessoas que moram em diversos bairros da nossa cidade.
Certamente os cidadãos continuarão a perder um tempo enorme pela ineficiência dos Correios. Mais carteiros deveriam ser contratados para fazer a entrega da correspondência. Mas, enquanto isso não acontece, não seria o caso de colocar mais funcionários prestando atendimento no guichê e assim evitar longas filas sob sol ou chuva?
Não seria possível estender o atendimento externo em um horário mais dilatado e também pela manhã? A instalação de uma central telefônica não tornaria mais ágil o atendimento?
A prestação do serviço de correios é de competência da União. Foi criada uma empresa pública para prestar esse serviço, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), e somente essa empresa pode prestar o serviço no Brasil. Ou seja, estamos falando de um monopólio.
Portanto…
Para refletir…
“No dia em que percebermos que não há mais espaço para sonhos e que a esperança foi algo longínquo, a vida não mais terá sentido.”