Com uma média superior a 3 infectados por hora e uma vida perdida a cada dois dias, Gravataí começará a última semana do ano superando os 10 mil casos da COVID-19, como antecipei em Como ficaria Gravataí com bandeira preta após Natal e Ano Novo; 10 mil casos antes de 2021 e a culpa dos políticos e dos covidiotas da mesa ao lado.
A bandeira, ao menos para os próximos 7 dias, segue vermelha, de alto risco, o que significa que a capacidade de resposta do sistema de saúde está abaixo do nível de propagação do contágio.
Na noite deste domingo o painel de controles que fica projetado na parede em frente à mesa do prefeito Marco Alba marcava 9.844 casos e 224 óbitos. O primeiro registro de gravataiense com o novo coronavírus foi em 22 de março.
Com 200 internados em Gravataí ou fora, voltamos ao ‘pico’ do invernal julho, como tratei em Recorde do horror: Gravataí nunca teve tantos internados ou transferidos pela COVID; Atenção Casa Grande: leitos privados lotaram.
A Região 10, a qual pertence o município, tem taxa de ocupação de leitos de 79.3%. Uma melhora em relação aos 83,4% do último levantamento que postei, terça. É o melhor índice de dezembro.
Em Gravataí a lotação continua. Estão ocupados os 19 leitos de UTI para internação pelo novo coronavírus, do Hospital de Campanha (HC) e do Dom João Becker (HDJB). Duas pessoas saíram dos respiradores de entre terça e este domingo, que tem 15 dos 25 equipamentos em uso.
Nas UTIs não-covid a superlotação também não faz feriado. Os 9 leitos de UTI estão ocupados e há 29 pacientes para 14 de enfermaria, o que significa pessoas em macas, cadeiras de rodas, sentados no chão ou escorados na parede.
Ao fim, sem torcida ou secação, são os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: pode ser enganosa a melhora dos índices da região, que por mais uma semana evitou a bandeira preta. É que os indicadores ainda não medem a 'COVID de Natal' após aglomerações e festas familiares, principalmente em idosos e grupos de risco.
É bom dar bola.
Só covidiota não dá.
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