SEGURANÇA

Crimes cibernéticos se sofisticam e alcançam até vítimas com alto grau de instrução

Se antes as vítimas de golpes virtuais eram majoritariamente pessoas pouco familiarizadas com o ambiente digital, hoje até usuários altamente esclarecidos estão sendo alvos de criminosos cada vez mais sofisticados. A avaliação é do delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), que alerta para o uso de técnicas avançadas de engenharia social e até mesmo de Inteligência Artificial por parte dos golpistas.

“A Polícia Civil elevou o combate ao crime em ambiente virtual como prioridade. Foi um grande passo, um grande avanço, é o primeiro departamento do Brasil que tem essa temática”, destacou Moreira, referindo-se à criação do DERCC, que substituiu uma delegacia especializada devido ao crescimento e à complexidade desses crimes.

Falsos investimentos: golpe em ascensão

Entre as modalidades que mais crescem está o golpe dos falsos investimentos, que explodiu após a pandemia de Covid-19. Os criminosos se passam por gestores financeiros, atraindo vítimas para plataformas que simulam instituições bancárias ou corretoras, com promessas de retornos absurdamente acima do mercado.

“A vítima injeta dinheiro, visualiza os valores depositados no aplicativo e até vê ‘lucros’ em criptomoedas ou outros ativos”, explica o delegado. No entanto, quando tenta resgatar o dinheiro, descobre que foi enganada. “O falso corretor vai sugerindo novas ‘oportunidades’, fazendo com que a pessoa deposite cada vez mais – até perceber que não conseguirá sacar nada.”

Perfil das vítimas mudou

Enquanto antes os golpes atingiam principalmente pessoas com baixa instrução, hoje o alvo são investidores bem-informados. “A gente transita no ambiente virtual sem de fato conhecê-lo. Por isso, a sugestão é sempre desconfiar de grandes retornos”, alerta Moreira.

Entre as recomendações do DERCC estão: verificar se a plataforma tem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), evitar transferências via PIX, boleto ou cartão sem confirmação prévia da legalidade da empresa e buscar referências de corretores em instituições conhecidas.

O que fazer se for vítima?

A Polícia Civil orienta que, em caso de golpe, a vítima registre imediatamente um boletim de ocorrência – presencialmente ou online – e reúna todas as provas possíveis, como e-mails, mensagens, chaves PIX e comprovantes de pagamento. Com esses dados, as autoridades podem rastrear os criminosos, bloquear contas e tentar recuperar os valores.

Enquanto a tecnologia avança, os golpes também se tornam mais elaborados. A melhor defesa, segundo os especialistas, continua sendo a desconfiança e a verificação cuidadosa antes de qualquer investimento.

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